Tema1: Designs de Investigação em Educação

1. Título: Efeito Bumerangue: Trajetórias Educativas dos Indivíduos Classificados na Categoria Deficiência Intelectual.

2. Problema ou questão de investigação do artigo: Aprofundar o conhecimento sobre jovens portugueses a quem foi atribuída uma classificação numa categoria estigmatizada e invisível – deficiência intelectual.

3. Caracterização da abordagem metodológica usada pelo(s) autor(es) do artigo: Para satisfazer o objetivo recorreu-se a uma diversidade de técnicas de recolha de informação: recolha documental; entrevista biográfica; caderno “Memórias de Bordo” e à observação não participante em diferentes contextos. No total foram realizadas quarenta entrevistas, uma vez que cada um dos vinte participantes foi entrevistado em dois momentos com um intervalo de seis meses. A idade dos participantes, de ambos os sexos, varia entre os 24 e os 41 anos.

4. Principal conclusão da investigação reportada no artigo: Não obstante o percurso de insucesso, a “fé na escola” de que nos fala Alves (2006) ou “o paradoxo dos jovens satisfeitos com a escola apesar do insucesso escolar” descrito por Pais (1998, p. 200) é uma tendência observável nas trajetórias escolares marcadas por um padrão de regresso à escola para acesso a melhores qualificações, mesmo daqueles que tiveram más experiências, após intervalos de tempo entre quatro e dez anos. A escola é vista como um espaço de socialização e contribui para atenuar a exclusão social em que alguns revelam viver e a valorização da qualificação escolar representa a conquista de um grau, até há pouco tempo, correspondente à escolaridade obrigatória.

5. Citação do artigo selecionado utilizando as Normas APA:

Forreta, M. & Alves, N. (2019). Efeito Bumerangue: Trajetórias Educativas dos Indivíduos Classificados na Categoria Deficiência Intelectual. In Sisyphus Journal of Education, volume 7, issue 02, 2019, pp. 24-47. DOI: https://doi.org/10.25749/sis.17666

ThInK a little.

Li muito, entendi nada

Cruz-credo!

Vixe!

Lasqueira!

E tantas outras interjeições foram proferidas por este que vos escreve quando da escolha das Unidades Curriculares do segundo semestre do Mestrado.

Confesso que nunca havia sido apresentado ao mundo animal digital. Sim, porque Habitats Digitais só pode ser coisa de biólogo nerd, ou não?

Na sequência veio outra descoberta: Comunidades de Prática.

Mais interjeições, que minha educação não permite que eu escreva.

Comunidades de Prática, aos meus ouvidos, soa algo como “Dividi 30 euros igualmente para minhas duas filhas. Que horas são?”

Passado o susto, veio a curiosidade. Leitura dos textos, busca na internet, vídeos, e…

“Li muito, entendi nada”.

Tudo bem que sou meio lento e demora para as fichas caírem.

 “O conceito de comunidade de prática (CoP) foi cunhado por Etienne Wenger e, em síntese, pode ser esclarecido como um grupo de indivíduos que se reúnem periodicamente, por possuírem um interesse comum no aprendizado e na aplicação do que foi aprendido” (Takimoto, 2012).

Então, comunidade de prática seria tipo um congresso? Químicos interessados em utilizar as TIC em suas aulas se reúnem periodicamente para discutir e analisar as ferramentas disponíveis.

É isso?

Careço de mais luz.

O debate está aberto.

ThInK a little.

Referência

Takimoto, T. (2012). Afinal, o que é uma comunidade de prática? In Blog da SBGC. Disponível em [http://www.sbgc.org.br/blog/afinal-o-que-e-uma-comunidade-de-pratica]

Os caminhos da Investigação Científica. Síntese em construção.

“Cada investigação é uma experiência única, que utiliza caminhos próprios, cuja escolha está ligada a numerosos critérios, como sejam a interrogação de partida, a formação do investigador, os meios que dispõe ou o contexto institucional em que se inscreve seu trabalho.” (QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995, p.60.)

Para começar uma pergunta: o que um estudante de Mestrado em Educação deve saber sobre Investigação Científica, já que terminou sua graduação e chega ao nível de mestrando com trabalhos científicos já desenvolvidos. O citado grupo a qual me incluo.

 Então poderíamos já saber sobre:

  • Compreender o que é uma investigação.
  • Quando é considerada científica?
  • Os objetivos da pesquisa.
  • Qual a problemática?
  • Como vai ser realizada?
  • Quais os meios de investigar foram adequadamente definidos.
  • Quais as formas de análise são mais adequadas?
  • A questão ética é sinalizada?

Para que possamos responder as perguntas, nos baseamos em bibliografias e textos já publicados sobre o assunto, e indicadas pelo docente Prof. Fernando Costa.

Para dar um conceito ao que chamamos, em meios acadêmicos, por investigação, que é uma forma de conhecimento, denotada como investigação científica, nos referirmos ao processo ordenado, sistemático e fundamentado teoricamente de uma pesquisa.

O conhecimento científico pode ser comprovado pela objetividade, certeza e casualidade (causa e efeito).

A questão sobre a escolha do tema da investigação está ligada ao seu grau de relevância. Como se fizéssemos a seguinte indagação: Essa pesquisa é relevante? Para quem? Aonde quero chegar com a pesquisa? Sendo uma prática a partir de uma pergunta de partida, de um problema ou uma problematização

Ainda sobre a sequência do trabalho de pesquisa, as questões e as perguntas servirão de afirmações para o pesquisador em sua conclusão.

Os objetivos da pesquisa referem-se ao foco principal da investigação e relacionada com a Educação, estão ligados aos fenômenos socio-educacionais. Estudamos a visão e a perspectiva das pessoas. É uma explicação ou um desenho da realidade verificada naquela determinada pesquisa.

O pesquisador deverá observar as revisões de literaturas sobre o tema a ser estudado, o que já foi estudado e como foi. Esse procedimento contribui para alcançar os objetivos da pesquisa.

Há ainda o aspecto dos paradigmas investigativos, que são o modo como estruturamos os instrumentos de análise. Perspectivas diferenciadas ligadas às ideias de paradigmas de investigação seus respectivos fundamentos: ontológicos, epistemológicos e metodológicos. O fundamento ontológico é ligado com a natureza da realidade, estudos e fenômenos das ciências naturais. O fenômeno epistemológico está relacionado às evidências, ao conhecimento adquirido.

 A experiência do sujeito ou indivíduo, investigador e investigado. O metodológico é o que tem o critério de intersubjetividade.

Ainda sobre os paradigmas, podem ser classificados em perspectivas positivistas e naturalistas. Os positivistas seguem a abordagem científica e empírico-racionalista. O conhecimento é mensurável e comprovável. Pode ser repetido.

A outra perspectiva é a naturalista, humanista. Segue a razão racional. Não se explica, e sim compreende-se. Vai ao terreno e participa direta ou indiretamente.

A metodologia da investigação sugere o uso de recursos e estratégias adequadas ao tipo de pesquisa e seus objetivos. Deve ser construído. Em comprovação sobre a recolha de dados, empíricos, seguem manuais de pesquisa e investigação, além do código de Ética da instituição. Sejam estes, questionários ou entrevistas quando vamos a campo ou ao terreno.

A análise de dados serve para que sejam estudados os dados recolhidos. Podem ser qualitativas quando as informações fazem parte de análise valorativa, com análise e interpretação. E quantitativas quando os dados são relacionados às pesquisas exatas, matemáticas ou com visão estatística.

                                                                                               Por Marcia da Silva nº22840

Como Delinear um Levantamento de Dados?

O levantamento de dados é uma etapa crucial para o desenvolvimento de uma investigação científica e pode ocorrer em várias fases. Gil (2007) aponta que essas fases podem ser definidas na sequência: especificação dos objetivos; operacionalização dos conceitos e variáveis; elaboração do instrumento de coleta de dados; pré-teste do instrumento; seleção da amostra; coleta e verificação de dados; análise e interpretação dos dados e; apresentados dos resultados.

A imagem abaixo ilustra essas fases que auxiliam no delineamento do levantamento de dados, destacando a fase de elaboração do instrumento de coleta de dados com regras práticas para formulação de questionário.

Referência.

Gil, A.C. (2007). Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas.

Reflexão Crítica Individual – Vestir a camiseta do investigador

O presente trabalho trata-se de uma reflexão crítica individual acerca do trabalho desenvolvido na disciplina de Metodologia de investigação, do curso de Mestrado em Educação e Tecnologias Digitais da Universidade de Lisboa. O objetivo da disciplina é fornecer ao aluno uma visão ampla a respeito da investigação científica, os métodos, pressupostos e formas de organização que nortearão o trabalho a ser desenvolvido para a conclusão do curso: a dissertação.

A proposta feita pelo professor foi bastante interessante: orientado por 3 módulos, 5 sessões síncronas de webconferência aconteceram, a partir das quais os alunos deveriam fazer suas anotações, posteriormente produzirem um mapa conceitual e sobre este, fazer uma pesquisa. Todo trabalho produzido sobre essa dinâmica deveria servir de conteúdo a um blog criado e alimentado pelos próprios alunos. A experiência de criar um conteúdo que ao mesmo tempo fosse pensada para o público externo, que pode aceder ao blog, e também fosse dirigida à avaliação do professor, foi desafiadora. Acredito que nos fez refletir sobre a forma como nós, do universo acadêmico, levamos ciência ao público leigo. Creio ser de suma importância pensar em uma linguagem e em maneiras de transpor o conhecimento científico de forma que seja inteligível e agradável.

Em relação ao conteúdo e posicionamento explicitados pelo professor Fernando, alguns pontos chamaram-me mais atenção. O primeiro deles foi o choque de realidade quanto a temática a ser escolhida, parafraseado o professor, é necessário ter em mente que não mudaremos o mundo com uma pesquisa, acredito que esta afirmação evita frustrações. O segundo ponto se refere a vestir a camisa do investigador, diz respeito sobre o quão necessário é estar atento as características da investigação científica, considerar a natureza da pesquisa, pesar os aspectos que envolvem o objeto de estudo, determinar de forma assertiva o referencial teórico e o método a ser utilizado, tudo isso com ambos os pés fincados no chão, ou seja, trabalhar com racionalidade e objetividade, dentro do que a pesquisa em ciências humanas e sociais permitem. Finalmente, apesar de já conhecer um pouco sobre metodologia de investigação e já ter realizado trabalhos acadêmicos, desconhecia as ferramentas gerenciadores de pesquisa e definitivamente esta foi uma excelente descoberta que facilitará meu trabalho.

Ao nos solicitar e esclarecer que valorizaria as pesquisas feitas em publicações outras que não as disponibilizadas no Moodle, o professor já nos fez exercitar o papel do investigador e para mim, especialmente, foi prazeroso encontrar trabalhos que me pareceram tão interessantes e importantes quanto os textos oficialmente propostos. Talvez se inicia aqui a incorporação deste papel do qual nos propomos a assumir ao entrar neste mestrado.

Gerenciadores Bibliográficos

Organizar uma pesquisa científica nunca foi tão fácil, com os dispositivos digitais e a internet, inúmeras ferramentas de apoio foram criadas para possibilitar a organização de informações, citações e bibliografia, o que permite um trabalho de pesquisa e escrita acadêmica com maior qualidade.

Abaixo temos algumas sugestões de softwares para gestão de pesquisa com tutoriais de uso. Deem uma olhada e avaliem qual é a melhor opção.

Investigação em ciências humanas e sociais

A linguagem cientifica, enquanto linguagem humana, é uma representação social dos saberes que permeiam o imaginário coletivo e este saber é, de alguma forma, integrado aos saberes do senso comum, principalmente na atualidade, em que a realidade é marcada pelo super acesso a informação.

Moscovici (2015 como citado em do Nascimento, 2017, p.436) chama esta realidade de produção psicossocial do conhecimento, onde a interação entre pesquisadores, sujeitos e objetos de pesquisa, familiariza o saber científico, fator que o carrega de qualidades humanas, sendo então a investigação quantitativa, forma insuficiente de observação da realidade.

Dentro desta perspectiva, formulou-se formas distintas de observar a realidade no campo das ciências exatas, ou ciências da natureza, e no campo das ciências humanas: são os paradigmas de investigação. Segundo Coutinho (2011) um paradigma é a maneira como uma determinada comunidade científica se coloca diante de seus problemas, isto se relaciona com um conjunto de pressupostos e regras que determinam a forma de recolher e tratar os dados.

Há ainda uma distinção entre pressupostos ontológicos, epistemológicos e metodológicos:

– Ontológico: como entendemos a natureza da realidade e dos fenômenos que vamos estudar.

– Epistemológico: o conhecimento que vamos indagar, como adquirimos esse conhecimento? O conhecimento é objetivo ou subjetivo? Qual a relação do investigador com o objeto de estudo?

– Metodológico: Como nós apreendemos os fenômenos, como avançamos no conhecimento sobre um fenômeno.

Paradigma positivista
De caráter quantitativo, empírico-analítico e racionalista. Com sua lógica convencional, serve melhor às necessidades das ciências naturais, por procurar estabelecer leis, prever e controlar fenômenos, a partir de uma medição objetiva, controle de variáveis e lógica dedutiva. Seu maior propósito é o aumento do conhecimento e a explicação de fenômenos

Paradigma relativista
Interpretativo, qualitativo, naturalista ou construtivista, visa a compreensão dos fenômenos e serve melhor às necessidades das ciências humanas e sociais. Aqui os fatos são interpretações humanas da realidade, que podem ser percebidos de forma diferentes no espaço e no tempo, através de uma lógica flexível que se molda a necessidade da investigação no transcorrer do processo. A rigidez do método racionalista não cabe em meio a fenômenos humanos, caracterizados por sua inconsistência e complexidade. Seu maior propósito é compreender os fenômenos.

Referências:

Coutinho, C. (2011). Paradigmas, metodologias e métodos de investigação. Metodologias de Investigação em Ciências Sociais e Humanas, 9-41.

do Nascimento, A. C. S. (2017). Metodologias de Pesquisa em Ciências Humanas Sociais–Percurso Epistemológico da Pesquisa Qualitativa.

Elementos do problema de pesquisa e Estado da arte

A formulação do problema de pesquisa, que deve ser lógico e coerente, é um dos pontos de partida para iniciar uma investigação científica. Assim que o problema é estabelecido, podemos seguir quatro passos que são elementos contidos no problema, quais sejam:

– Estabelecer os objetivos de pesquisa: define o que a pesquisa pretende, é necessário que sejam claros, porque eles orientadores do estudo.

– Desenvolver as questões de pesquisa: questões gerais que esboçam a área-problema, no mínimo devem resumir o que será a pesquisa

– Justificar a pesquisa: expor as razões pelas quais o estudo do objeto é conveniente.

– Analisar sua viabilidade: é preciso considerar se aquele estudo é exequível ou não.

Após fazer um aprofundamento do tema, o pesquisador irá estruturar e aperfeiçoar sua ideia inicial, isto nada mais é do que a formulação do problema. Quão maior for a exatidão do problema, maiores são as possibilidades de se obter uma resolução satisfatória, significa delimitar de forma precisa e objetiva o objeto de estudo (Collado, Lucio e Sampieri, 2006).

Após definir qual problema será objeto de estudo, é necessário fazer o trabalho de revisão bibliográfica, ou conhecer o estado da arte que envolve o tema, que contribuirá com o processo de delimitação temática. O estado da arte, ou estado de conhecimento, é um trabalho de caráter bibliográfico, que tem por intuito mapear e discutir a produção científica acadêmica de um tema em uma determinada área do conhecimento, bem como perceber como o objeto de estudo vem sendo abordado em diferentes espaços e momentos (de Almeida, 2002).

A revisão bibliográfica é essencial, pois permite ao pesquisador saber se o problema selecionado já foi solucionado; conhecer as teorias explicativas do fenômeno, fator que consequentemente facilita a escolha do modelo de análise; conhecer a metodologia de investigação comumente utilizada pelos pares, e finalmente, saber se há questões deixadas em aberto ou erros cometidos em estudos anteriores.

Referências:

Almeida, L. S., & Freire, T. (2000). Metodologia da investigação em psicologia e educação.

Collado, C. F., Lucio, P. B., & Sampieri, R. H. (2006). Metodologia de pesquisa.

de Almeida Ferreira, N. S. (2002). As pesquisas denominadas” estado da arte. Educação & sociedade23, 257.

MÉTODO: Diferencial em Ciência

O conhecimento é uma experiência diversa, que pode ser caracterizada como conhecimento popular, filosófico, teológico e científico, este último se difere dos anteriores pela forma como aborda um objeto de estudo. Segundo Trujillo (1982), “a ciência é todo um conjunto de atitudes e de atividades racionais, dirigido ao sistemático conhecimento, com objetivo limitado e capaz de ser submetido à verificação”. O conhecimento científico é organizado e necessita de fundamentação, tem por características a objetividade, a empiricidade, a racionalidade, é passível de ser sistematizado, replicado e comunicado, bem como é metódico, analítico e cumulativo (Almeida e Freire, 2003).

Já investigação científica pode ser diretamente associada ao método, que a partir de objetivos específicos, busca investigar a relação existente entre os fatos e fenômenos da realidade. A utilização de um método de pesquisa se justifica em termos de organização do trabalho, a fim de que se obtenha produtividade; também porque se busca validar as conclusões a respeito do problema tratado, fator que determina a distinção entre conhecimento científico e o conhecimento quotidiano; e finalmente porque o intuito é tornar o estudo verificável para a comunidade científica (Reto e Nunes, 1990).

A metodologia aplicada a pesquisa dependerá da natureza dos fenômenos estudados, neste sentido é importante ter em mente a diferenciação entre a investigação em ciências da natureza e a investigação em ciências humanas. Em ciências humanas o que se pretende é compreender, explicar, predizer e controlar o comportamento humano, nesta perspectiva há três tipos de investigação: a descritiva (descreve, identifica, e inventaria fenômenos e fatos), a correlacional (relaciona as diferentes variáveis) e a experimental (busca relações causais entre os fenômenos e intenta predizer e/ou controlar os fenômenos).

 Ainda a respeito da investigação, os objetivos tem o papel de orientar qual modelo mais adequado a ser utilizado, para tanto, em termos de finalidade, uma investigação pode ser básica (propõe descobrir problemas, gerar novos conhecimentos para o avanço da ciência), aplicada (visa encontrar resoluções para problemas) ou mista (une os tipos anteriores).

Referências:

Almeida, L. S., & Freire, T. (2003). Metodologia da investigação em psicologia e educação. Ferrari, T. (1982). Alfonso. Metodologia da pesquisa científica.
Reto, L., & Nunes, F. (1999). Métodos como estratégia de pesquisa: problemas tipo numa investigação

Meu perfil no Mendeley

É um Software acadêmico gratuito para gerir, partilhar, anotar, referenciar e citar artigos científicos e textos diversos;

Rede social acadêmica na qual podem ser criados grupos de pesquisa sobre temas de interesse, trabalhar colaborativamente, ligar-se a outros pesquisadores;

https://www.mendeley.com/profiles/armando-luiz-costa-da-silva/

Métodos, Instrumentos e Técnicas de Coleta de Dados

O investigador precisa organizar o material coletado, para isso podem utilizar algumas formas de metodologias de análise de dados. Esses Métodos podem ser Quantitativos ou Qualitativos ou os dois, vai depender da natureza dos dados.

Métodos Quantitativos

Quando precisa-se coletar dados mensuráveis as variáveis, busca-se a veracidade de algum fenômeno. Tem como objetivo compreender a dimensão estatística de determinada questão de estudo. Ele vai analisar a regularidade de um fenômeno com a regularidade que se acontece.

A investigação quantitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e, normalmente, aplica alguma forma de análise estatística (Malhotra, 2006).

O investigador se limita apenas as descrições dos dados coletados, e ignorando aspectos de natureza subjetiva que estejam relacionadas as respostas dos entrevistados.

Se inicia com a definição do problema de pesquisa. Isso se o objeto de estudos demandar evidências quantificáveis para a melhor compreensão.

Utilizamos como instrumentos para esse método; questionários, formulários, entrevistas individuais. Porque é possível quantificar, as respostas dos entrevistados e obter dados, que vão confirmar ou contestar a hipótese inicial da investigação da pesquisa cientifica. Através deles representamos na nossa pesquisa esses procedimentos estatísticos, esquematizados e diretos, na forma de gráficos tabelas, planilhas e etc.

Métodos Qualitativos

Busca-se significados atribuídos aos fatos. Focando no carácter subjetivo analisado, onde a observação é fundamental. Baseados na presença ou ausência de alguma qualidade, característica ou classificação de tipos diferentes de dada propriedade.

O investigador tem como característica interpretar, compreender, interpretar essas informações a partir da pesquisa.

Como instrumentos, também temos o questionários e formulários, porem as perguntas são abertas. Também se utiliza de entrevista, porem as respostas não são objetivas, o propósito é compreender o comportamento de um determinado aspecto qualitativo de uma determinada questão, considerando a parte subjetiva do problema. Analisando os dados que não podem ser mensurados numericamente. São apresentados na forma de relatórios que mostram o ponto de vista dos entrevistados.

Coleta de Dados

Para coleta de dados podemos utilizar os mais diversos tipos de instrumentos nas pesquisas experimentais. Questionários, Formulários, Entrevistas e etc.

Entrevista, é a ação e efeito de entrevistar ou ser entrevistado uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas com um fim determinado. Através dela que registramos tudo o que o entrevistado nos informa.

Existem duas formas de entrevistas;

Entrevista estruturada– São elaboradas as perguntas a um único assunto, onde todas as perguntas estão interligadas a esse assunto principal. Elas estabelecem uma determinada ordem para todos os entrevistados, isso vai facilitar na hora da análise dos dados recolhidos.

Entrevista não estruturada– Trata-se de uma conversa informal, onde o entrevistador coloca as perguntas ao entrevistado e ele fala da forma que ele quiser dentro daquele tema estabelecido. As desvantagens na análise desses dados são mais complexas; muitas informações, muito aberto.

O questionário, segundo Gil A. C. (1999, p.128), pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”. Com esse instrumento conseguimos ter maior exatidão nos dados coletados de uma pesquisa. Medição de todas as variáveis que estão envolvidas na pesquisa.

Segundo Gil A. C. (1999), o questionário pode dispor de três modalidades de questões, ou seja:

Questões fechadas: nelas é apresentado um conjunto de alternativas de resposta, a fim de que o respondente escolha a que melhor revele acerca de seu ponto de vista.  

Questões Abertas: nesta modalidade é apresentada a pergunta ao respondente, de modo a deixá-lo à vontade para expressar suas ideias, sem que haja uma restrição para tal.

Questões relacionadas: representam aquelas que possuem certa dependência com respostas dadas a questões anteriores, se relacionam com as respostas anteriores.

Depois de colhidos todos os dados necessários ao estudo do fenômeno estudado, parte-se para a análise das informações obtidas. Para tanto, conforme Dencker (2000), essa deve ser feita de forma coerente e organizada, com vistas a responder ao problema de pesquisa.

Um mesmo questionário poderá abordar diversos desses pontos. Singularmente importante é o momento de formulação das questões. Gil A. C. (1999) destaca o seguinte:

a) as perguntas devem ser formuladas de maneira clara, concreta e precisa;

 b) deve-se levar em consideração o sistema de preferência do interrogado, bem como o seu nível de informação;

c) a pergunta deve possibilitar uma única interpretação;

d) a pergunta não deve sugerir respostas; e) as perguntas devem referir-se a uma única ideia de cada vez.

Referencias Bibliográficas

GIL, C. A. (1999) Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas

MARCONI, A. M.; LAKATOS, M. E. (1999) Técnicas de pesquisa. 3. Ed. São Paulo: Atlas

MALHOTRA, N. (2006) Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. Ed. Porto Alegre: Bookman

RIBEIRO, E. (2008) A perspectiva da entrevista na investigação qualitativa. In: Evidência, olhares e pesquisas em saberes educacionais. Número 4- Araxá. Centro Universitário do Planalto de Araxá.

Problemas, Hipóteses e Variáveis

Problemas, Hipóteses e Variáveis, são as primeiras fases dos processos de investigação que devemos considerar as opções disponíveis. Aproveitando de recursos com maior objetividade, e focando na necessidade que se queira atender, e quais as fontes de informação foram recorridas, dentro das etapas desses processos, para a decisão que se deva considerar dentro da investigação.

Em educação o problema – é gerado sobre os fenômenos de causas e efeitos, e uma análise aturada das variáveis que lhes estão associadas, tendo em vista a delimitação, compreensão sobre a resposta que veem da situação que deseja alterar através de uma metodologia.

Como Definir um Problema de Pesquisa cientifica

O problema tem que ser empírico, deve ser suscetível de solução, delimitado a uma dimensão viável.

É a primeira fase de concretização de um projeto de investigação.

Formule uma questão de investigação: Considerando, por exemplo, perguntas: Como? O quê? Quando? Porquê?

“É preferível de longe uma resposta aproximada, à uma pergunta certa que por vezes é vaga, do que uma resposta exacta à pergunta errada, que pode tornar-se sempre precisa” (in Pinto, 1990).

Revisão Bibliográfica

  Nessa fase se torna importante reunir informações que se já se conhece sobre o assunto sobre o problema levantado.

Hipóteses – São suposições que serão averiguadas. Precisam responder o problema da pesquisa. Devem seguir alguns princípios;

  • Devem ser testáveis
  • Devem se enquadra em hipóteses existentes na mesma área
  • Devem ser justificáveis e relevantes para o problema de estudo
  • Devem ter clareza lógica e de parcimônia
  • Devem ser susceptíveis de quantificação (McGuigan,1976)
  • Devem reunir generalidade explicativa (McGuigan,1976)

Classificação das hipóteses

Podemos dividir no processo da sua formulação:

  • Dedutivas: Comprovar deduções implícitas das mesmas teorias
  • Indutivas:Surgem de observações, ou reflexões sobre a realidade

E dividir em um nível de concretização

  • Conceituais: estabelecem relação entre variaveis ou de uma teoria ou mais;
  • Operativas: Indicam os processos necessários para a sua observação;
  • Estatísticas: relação em termos quantitativos
    • hipótese nula: proveniente de diferentes condições, grupos e não se relacionam, não se associam, não se diferenciam, no ponto de vista estatístico
    • hipótese alternativa: alternativa a outro fenômeno

Aceitação e Rejeição das hipóteses

Variáveis – Elas correspondem aos aspectos aos valores que podem do variar dependendo dos casos particulares concretos e circunstâncias. Na educação estam associados a dois modelos tradicionais de investigação:

experimental : baseado em um meio, organismo,condições na sua capacidade explicativa

correlacional: quantificar e relacionar, mais descritiva que explicativa.

  • Variáveis na Investigação
  • Parâmetros de medida das variáveis
  • Natureza da medida das variáveis
  • Escala de medida das variáveis
  • As variáveis no quadro dos modelos de investigação

Referência Bibliográfica

Almeida S. L., & Freire T.(2007), -Cap.2- p 35-72-Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação- Psiquilibrios – https://www.mendeley.com/viewer/?fileId=3f84ec34-8e98-d23f-59df-ef34cf63a46b&documentId=e9344e72-ca37-3680-8ad5-94c18d9214f5

McGuigan, F. M. (1976). Psicologia experimental: Uma abordagem metodológica. São Paulo: EPU

CLASSIFICAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO SEGUNDO SUAS ABORDAGENS

  • Pesquisa Quantitativa: emprego da quantificação na coleta dos dados e na análise deles, por meio do tratamento estatístico;
  • Pesquisa Qualitativa: é fundamentalmente interpretativa; consiste na coleta e análise dos dados quantificados ou não; ela analisa e descreve o fenômeno em suas formas mais complexas;
  • Pesquisa Mista: articula as dimensões quantitativa e qualitativa.

Referência:
Retirado de : https://www.riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/8350/TCC%20V%C3%81LIDO%20%28COMPLETO%29.docx?sequence=2&isAllowed=y

CLASSIFICAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO SEGUNDO SEUS OBJETIVOS

TIPOS DE INVESTIGAÇÃO

As pesquisas descritiva, exploratória e explicativa são classificações da investigação científica que variam de acordo com o objetivo pretendido. As três utilizam métodos de pesquisa diferentes para atender os objetivos da pesquisa e podem ser processadas de modo integrado, no intuito de obter uma melhor análise dos dados coletados.

A pesquisa exploratória consiste em ter uma maior proximidade com o universo do objeto de estudo pesquisado. Ela é a pesquisa que visa, através dos métodos e dos critérios, oferecer informações e orientar a formulação das hipóteses do estudo. Ela visa a descoberta dos fenômenos ou a explicação daqueles que não eram aceitos, mesmo com as evidências apresentadas. 

Já a pesquisa descritiva realiza um estudo detalhado através de técnicas de coleta, visando uma análise e interpretação mais profunda destes dados; proporciona novas visões sobre uma realidade já conhecida.

A pesquisa explicativa pretende justificar os fatores que motivam a ocorrência do objeto ou do fenômeno estudado. Ela é a pesquisa que relaciona teoria e prática no processo da pesquisa científica. Nas ciências naturais, por exemplo, é usado o método experimental, enquanto nas ciências sociais recorre-se ao método observacional.

ALMEIDA, L.; FREIRE, T. Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Braga: Psiquilíbrios, 2003, pp. 18-34.

Paradigmas da Investigação Científica

Conceito de Paradigma por (Thomas Kuhn, 1962)

É o conjunto de crenças, valores, técnicas partilhadas pelos membros de uma dada comunidade cientifica. 

 Estabelece como Imagem básica de um objeto de uma ciência, e define o que se deve estudar, as perguntas que são necessárias responder, os problemas que se devem estudar e quais regras devem seguir para interpretar as respostas que se obtém; considera os paradigmas como realizações cientificas universalmente reconhecidas que durante certo tempo, proporcionam modelos de problemas e soluções a uma comunidade cientifica. (Khun, 1986:13)

Entende-se por paradigmas, o conjunto de princípios, teorias, estratégias metódicas e resultados cruciais que servem de modelo ou quadro orientador as pesquisas produzidas na sua área.(Silva e Pinto, 1986)

El paradigma diferencia una comunidade cientifica de outra, ya que comparten por consenso teorias y métodos que se consideran legítimos, así como los critérios para enjuiciar la validez de las soluciones propuestas. (González, A. 2003)

Conceito de paradigma (do grego parádeigma, atos)

  • Algo que serve de exemplo de modelo ou padrão
  • Conjunto das formas que servem de modelo de derivação ou flexão.
  • Conjunto dos termos ou elementos que podem ocorrer na mesma posição ou contexto de uma estrutura.

PERSPECTIVAS (Lincoln & Guba, 1985)

Científica (Abordagem empírico- racionalista) – O objetivo é aumentar o conhecimento- Sistemático, mensurável, comprovável, repetível) – Ênfase : explicação dos fenômenos,factos observáveis, medição objetiva, controle de variáveis, contrastação empírica de resultados, racionalidade, objectividade.

Humanista/Naturalista (Abordagem naturalista) – O objetivo é a compreensão dos fenômenos ( conclusões válidas para os contextos estudados)- Ênfase: interpretação do real, representações dos indivíduos, linguagem, semântica, natureza subjectiva da realidade, ponto de vista do ator, indivíduo ativo na construção do real.

Tentativa de compreender os processos , compreender quem, o quê, porquê, como, etc.

PERSPECTIVAS (Walliman, 2011)

Positivismo

  • Para se conhecer um determinado fenômeno, deve ser possível observar-lo.
  • Baseado no método científico.
  • O conhecimento é passivel de comprovação
  • O observador deve manter-se neutro

Relativismo

  • Baseado no paradigma naturalístico
  • Os fatos são interpretações humanas da realidade, podem variar com o tempo ou serem percebidos de forma diferente por diferentes grupos, culturas…

Investigação Cientifica Educacional

Podemos destacar dentro da Investigação Cientifica Educacional, três paradigmas: 

    Positivista– de caráter racionalista, quantitativo 

    Interpretativo– qualitativo, através de um processo investigativo

    Crítico– Criticar, e identificar o potencial para a mudança.

PRESSUPOSTOS /QUESTÕES -CHAVES

Ontológicos

Qual a natureza da realidade? Qual a natureza dos fenômenos educativos? Existe em factos ou em pensamento? É externa ao sujeito ou é algo criado interiormente?

Epistemológicos

Que tipo de evidência procuramos? Como adquirimos o conhecimento? Postura externa, baseada na objetividade do conhecimento, ou postura de experiencia compartilhada com os sujeitos implicados (conhecimento subjetivo)? Qual a relação do investigador com os indivíduos estudados? E a sua relação com os objetos de estudo?

Metodológicos

Como apreendemos o mundo( os fenômenos) e avançamos no seu conhecimento? Que métodos utilizar?

Referencia Bibliografica

González M., A.,(2003)- Los paradigmas de Investigación en las ciencias sociales. En: ISLAS- vol.45, nº 138

Lukas, J. F.& Santiago, K.,(2009) – Naturaleza de la investigación y evaluación en educación – Edição da Alianza Editorial-Madrid

Creswell, John W. (2007)– Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto- 2ed. –Porto Alegre-Artmed 248p- ISBN 978-85-363-0892-0 

Reflexão Crítica Individual

A Unidade Curricular de Metodologia de Investigação I foi apresentada com objetivo de desenvolver as competências necessárias para o desenvolvimento de investigação científica. A UC foi organizada em três módulos, sendo: (1) Natureza e características da investigação científica; (2) Paradigmas da investigação em educação; (3) Métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados.

Para atingir os objetivos propostos foram realizadas sessões síncronas semanais, compartilhamento de orientações e materiais de consulta e referência por meio do moodle da Universidade de Lisboa e por google drive. Foram propostas atividades individuais, com destaque para a construção e manutenção de um e-portefólio na forma de blogue, e um trabalho em grupo.

Considero esta unidade curricular fundamental para construção de projetos de investigação científica de qualidade, desde a formulação adequada do problema, passando pela escolha consciente do método, coleta e analise de dados, conclusões, até a redação final da documentação para registro e compartilhamento.

Pontos positivos:  

As sessões síncronas semanais para a exposição e provocação inicial do professor, abordando os tópicos mais relevantes de cada módulo, permitindo: a retirada das dúvidas dos alunos; a troca de conhecimentos e experiências entre os participantes; os esclarecimentos quanto ao processo de avaliação; além de ser uma forma de aproximação e de conhecer o professor e os colegas, construindo relações de amizade, respeito e admiração. As sessões síncronas gravadas permitiram que o conteúdo e informações de cada sessão fossem acessados pelos alunos que não puderam participar ao vivo e, ainda,  serem revistas pelos que estiveram presentes.  

Na prática didática, o uso constante de exemplos práticos pelo professor nas sessões síncronas contribuiu diretamente para esclarecer dúvidas, reforçar conceitos, entender etapas, aplicar métodos, selecionar instrumentos, entre outros.

O uso de recursos externos além da plataforma moodle da ulisboa, como adotar as sessões síncronas pelo colibri e o compartilhamento de documentos pelo google drive, foi uma boa estratégia que permitiu seguir com as atividades mesmo quando o moodle ficou mais de uma semana instável ou indisponível.

Ao longo do trimestre tive a oportunidade de conhecer, experimentar e aplicar novas ferramentas digitais, como: cmap; xmind; h5p; webnode e wordpress que utilizamos para a construção do blogue.

Nas atividades desenvolvidas destaco a criação, desenvolvimento e manutenção do e-Portefólio pessoal de aprendizagem tomando como ponto de partida os diferentes temas abordados na unidade curricular relacionados com as metodologias de investigação científica. O e-portefólio foi colocado como trabalho individual de registrar e compartilhar os conhecimentos periódicos adquiridos relativos a conceitos, ideias, métodos, instrumentos e demais informações que consideramos relevantes em cada módulo. Registro que esta foi a primeira vez que usei uma ferramenta tipo “blogue” e mais interessante foi desenvolver em conjunto com os colegas da turma, podendo compartilhar e aprender com as postagens de todos.

Sugestão:

O mapa conceitual sobre projeto de investigação, demonstrado abaixo e que está na página inicial da UC no moodle, ilustra perfeitamente as etapas do processo de desenvolvimento da investigação, o que precisamos conhecer, aplicar e fazer para termos como resultado o projeto de investigação. De tudo que li e pesquisei foi esta a forma mais didática que encontrei para entender o processo num todo e também conhecer suas partes. Assim, para melhorar ainda mais o entendimento dos alunos sobre o que é necessário aprender para a construção do projeto de investigação acredito que o conteúdo da UC poderia ser estar mais alinhado ao esquema proposto, quanto à sequência, etapas e priorização.  Ou seja, o que é o mais importante para construirmos o projeto, uma vez que o tempo é curto para discussão filosófica e conceitual mais profunda?

Mapa Conceitual: Projeto de Investigação
Fonte: https://ead.ulisboa.pt/course/view.php?id=281

As principais etapas do projeto poderiam ser, também, pontos de entrega de avaliação, para orientar  a inserção de conteúdo do blogue, com datas preliminares e feedbacks pelo professor.

Acredito que uma ótima forma de aplicação prática do conteúdo de metodologia de investigação seria em atividades focadas no tema que o aluno deseja investigar para o seu projeto ou dissertação de conclusão do mestrado. Mesmo que seja apenas a intenção e que o aluno possa vir a mudar penso que seria um ótimo exercício para aprender fazendo. Por exemplo, no início do trimestre o aluno define o tema geral. Quando for abordado o tópico “Problema” o aluno formula o problema da sua investigação e o resultado poderá ser postado no seu espaço no blogue. E assim, ocorrer também para outras etapas, como: formulação de questões, hipóteses, definição da metodologia e coleta de dados.

Poderia, assim, adotar datas intermediárias (poderia ser a cada módulo) para as postagens no blogue e dar feedback com avaliação preliminar para que os alunos possam distribuir as atividades ao longo do trimestre, enxergar seu crescimento avaliativo e não ter apenas uma devolutiva ao final.

Conclusão:

Embora não tenha ainda finalizado todas as atividades da unidade curricular de metodologia de investigação I (falta concluir o trabalho em grupo) chego a este momento com o entendimento claro da importância de aplicar metodologia e construir um projeto de investigação cientifica de fato. O planejamento da UC, a organização do conteúdo, a didática praticada, as atividades desenvolvidas e os recursos utilizados permitiram-me desenvolver as competências requeridas. Posso dizer que hoje: compreendo a natureza da investigação científica, identifico etapas e componentes do processo e critérios de qualidade; consigo formular problema, questões, objetivos de investigação e hipóteses; conheço e diferencio os paradigmas de investigação;  compreendo os diferentes métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados empíricos, sua construção, aplicação e análise; compreendo como deve ocorrer a comunicação e divulgação de resultados para a comunidade cientifica; possuo maior compromisso com a aplicação dos valores éticos na construção dos meus trabalhos acadêmicos e dos futuros projetos de investigação cientifica.

Finalizo com um agradecimento aos meus colegas de turma, aos amigos da equipa que estão comigo na produção do trabalho em grupo, ao professor Fernando pela condução da UC e ao instituto de educação e Universidade de Lisboa pela oportunidade de realizar este Mestrado em Educação e Tecnologias Digitais.  

Ética e Técnica na recolha de materiais empíricos para investigações

Recolher dados em uma pesquisa sobre educação exige a escolha de uma metodologia adequada. Diferentemente das ciências exatas ou da natureza, as informações coletadas em investigações relacionadas à educação não costumam seguir critérios quantitativos. Testar hipóteses por meio de experimentos controlados em laboratórios ou por meio de tentativas e erros podem esbarrar em critérios éticos. Não seria razoável expor estudantes a experimentos que pudessem inviabilizar a aprendizagem apenas para levantar dados.

Aires (2015) apresenta técnicas de recolha de dados a partir de duas possibilidades. Tratam-se das técnicas diretas (interactivas) ou indiretas (não-interactivas). Das técnicas interactivas, o autor cita a observação participante, a entrevista qualitativa e as histórias de vida. Das não-interativas, lista análises de documentos oficiais ou informais que incluem desde estatutos até diários pessoais.

Devido às especificidades das investigações em educação, muitos autores recomendam um levantamento qualitativo dos materiais para pesquisa. Isso significa que, na prática da investigação, deve-se buscar compreender os fenômenos e não explicá-los sob uma perspectiva de se encontrar fórmulas replicáveis. Ouvir os atores que participam das situações de aprendizagem e, portanto, são parte do objeto de pesquisa, torna-se uma tarefa necessária e desafiadora sob o ponto de vista ético. Como separar as informações relevantes para os resultados esperados?

Investigação em Educação

Questões de ética na investigação em educação e formação Parte I

Sobre a investigação Rudduck e Hopkins (1985, citado por Matos et all, 2015), acrescentam: “a investigação é um questionamento sistemático, planeado e crítico, sujeito a apreciação crítica pública; como questionamento que é, tem as suas raízes na curiosidade e no desejo de compreender [algo]; mas trata-se de uma curiosidade estável, sistemática na medida em que é sustentada por uma dada estratégia”.

No entanto, no processo de investigação é necessário definir um tema, delimitando o assunto, o problema da investigação e sua condução sistematizada.

Investigação, busca o conhecimento científico sobre a educação, ou seja, a investigação básica; já a investigação focada em educação, busca, soluções práticas para os problemas com conhecimento sobre eles. Neste caso a investigação aplicada envolve o diagnóstico, análise, está é considerada uma prática recente e inovadora.

As fases da investigação envolvem o Problema, Planejamento e Execução.

Já o “Problema”, precisa ser bem estruturado, segundo Tuckman (2000), Critério para seleção do Problema:

  1. Algo que seja possível, aplicável;
  2. Extensão e Complexidade e
  3. Aplicação prática, para mais pessoas.

Matos, J.F, Pedro, N., Pedro, A. & Cabral, P. (2015). Metodologias de Investigação em Educação. Disponível UC Metodologias de Investigação I. Repositório Ulisboa.

Saiba mais