A escolha de um bom problema é essencial para se tornar um bom cientista. Mas o que é um bom problema e como escolhê-lo? Uma boa escolha significa descobrir novos conhecimentos de forma competente e fascinante. Para escolher um problema científico, o ponto de partida é a viabilidade, ou seja, ele é difícil ou fácil, para o tempo esperado para concluir o projeto. Depende da habilidade do pesquisador e da tecnologia disponível. Problemas que são fáceis no papel são muitas vezes difíceis na prática, e os problemas que são difíceis no papel são quase impossíveis na prática. Geralmente valoriza-se a ciência que se aventura em águas profundas. Com isso os problemas que aumentam o conhecimento verificável são os de maior interesse. Para decidir qual problema selecionar é preciso pensar nas duas frentes: viabilidade e o que se esperar obter de conhecimento. Por exemplo, um estudante de pós-graduação iniciante precisa de um problema que seja fácil, dê feedback positivo e possa reforçar a confiança do pesquisador. Um erro comum cometido na escolha de problemas é tomar o primeiro problema que vem à mente. A escolha rápida conduz a muita frustração e amargura. Leva tempo para encontrar um bom problema. Mas as semanas dedicadas à escolha, podem economizar meses ou anos mais tarde. Se o pesquisador tiver a sorte de ter mentores atenciosos, ele poderá ouvir a voz interior a lhe direcionar a escolha. Uma maneira de ajudar a ouvir a voz interior é perguntar: ”Se eu fosse a única pessoa na Terra, em qual problema eu trabalharia?” Em resumo, o pesquisador deve encontrar seu tempo para encontrar os problemas disponíveis, o que é mais viável e mais interessante.
A formulação de um problema deve estabelecer uma relação entre duas ou mais variáveis, ser clara e sem ambiguidade, formulada em forma de questão, ser testável e não representar atitude moral ou ética. O primeiro passo é delimitar a amplitude do problema. Para tanto é útil recorrer a esquemas para classificá-lo.
Inputs disponíveis
Atividade
e organização do ensino
Antecipação
dos resultados
Estudantes prospectivos
Seleção
Satisfação das necessidades da sociedade
Professores prospectivos
Programa
Satisfação das necessidades individuais
Atitudes
Currículo
Mudança de atitude
Mercado de trabalho
Relação professor/aluno
Mudança social
Relações institucionais
Escolha de carreira
Aquisição de competências
Desenvolvimento de carreira
Serviços
Por exemplo, considerando o “Desenvolvimento de Carreira” (coluna 1) com “Serviços” (coluna 2) e “Satisfação das Necessidades Individuais” (coluna 3) temos a seguinte formulação: – “A orientação de grupo é tão eficaz como a orientação individual para facilitar as escolhas apropriadas de carreira”? Outro exemplo, considerando agora “Estudantes prospectivos” (coluna 1) com “Escolha de carreira” (coluna 2) temos a seguinte formulação: – “A orientação de grupo é mais eficaz para facilitar as escolhas de carreira apropriadas, entre os estudantes com objetivos claramente definidos, ou entre os estudantes sem objetivos claramente definidos”? A investigação em sala de aula deve considerar as características do material de ensino, as características do professor e aluno, o comportamento do aluno frente a aprendizagem, a inteligência e a ansiedade do aluno e as características da tarefa. Ao escolher um problema considere a aplicabilidade, exigência, amplitude crítica, extensão, complexidade, valor teórico e potencial contribuição para a compreensão do fenômeno.
Definir “Padrões de validação e avaliação” em educação não é tarefa fácil. É importante verificar critérios de validade e fidedignidade da pesquisa qualitativa. Diversas tentativas foram feitas no sentido de adotar os critérios advindos da pesquisa quantitativa, notadamente experimental. Novos critérios e nova compreensão do que significa validade e fidedignidade tiveram de ser desenvolvidos. Novos termos para definir se o achado qualitativo é “merecedor de confiança” ou confiável incluem concordância sobre a veracidade da análise feita. As interpretações são limitadas e a própria verdade é questionada. Estratégias de validação são descritas e incluem o papel do orientador ou do grupo de pesquisa na verificação crítica da confiança dos resultados da pesquisa, na identificação do viés do pesquisador, dentre outros. A fidedignidade pode ser compreendida em métodos qualitativos como uma medida possível em que os critérios utilizados para análise dos dados concordam e em qual medida. Outra questão importante é a avaliação da “honestidade” ou “autenticidade” do texto elaborado para a pesquisa. O papel do participante, ou colaborador, é fundamental neste sentido, e a consulta a ele envolve diferentes métodos a depender do delineamento qualitativo utilizado. É importante que a “validade” e “fidedignidade” de estudos qualitativos sejam verificadas. Neste sentido, o acesso à literatura anterior pode permitir ao pesquisador encontrar autores que propõem alternativas que sejam viáveis às perspectivas epistemológicas de diferentes pesquisas e delineamentos.
Segundo os autores, Almeida & Freire, (2003,p.19) “O termo ciência, do latim scientia, significa “conhecimento, doutrina, erudição ou prática”. (Arnal et al., 1992). Progressivamente foi acrescentado o caráter sistemático ou organizado de tal conhecimento. Hoje podemos definir ciência por um “conjunto organizado de conhecimentos sobre a realidade e obtidos mediante o método científico” (Bravo, 1985). Na descrição deste método importa salvaguardar o seu caráter empírico, diferenciando este conhecimento de especulações ou abstrações.”
A ciência pode
definir-se por um modo de conhecimento rigoroso, metódico e sistemático que
pretende otimizar a informação disponível em torno de problemas de origem
teórica e/ou prática (Arnal et al. 1992), sendo a sua principal função a
compreensão, explicação, predição e controle de fenômenos. Assim, e cada vez mais,
a ciência apoia a tomada de decisões e os processos de mudança da realidade.”Almeida & Freire, (2003, p.19)
Caraterísticas
do conhecimento Científico
Segundo Almeida
& Freire (2003, p. 21,22) “apontam que o conhecimento científico é, por
inerência, mais organizado, sistemático e preciso na sua fundamentação. Assiste-lhe,
ainda caraterísticas de racionalidade e objetividade. É um conhecimento obtido
através do método científico, e de entre as suas caraterísticas, podemos
salientar as seguintes:
Objetivo: descreve a realidade como ela é ou pode
ser, mesmo que falível e apenas temporariamente correto, mas nunca como
gostaríamos que fosse:
Empírico: Sempre baseado na experiência, nos
fenômenos e fatos;
Racional: mais assente na razão e na lógica
do que na intuição;
Replicável: as mesmas condições, em diferentes
locais e com diferentes experimentadores, deve replicar os resultados, ou a sua
comprovação pode ser feita por pessoas distintas e com circunstâncias diversas;
Sistemático:conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente
nos seus elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada num
sistema mais amplo;
Metódico: conhecimento obtido através de procedimentos
e estratégias fiáveis, mediante planos metodológicos rigorosos;
Comunicável:conhecimento claro e preciso na sua significação,
reconhecido e aceite pela comunidade científica;
Analítico: procura ir além das aparências, procura
entrar na complexidade e na globalidade dos fenómenos;
Cumulativo: conhecimento que se ensaia,
constrói e estrutura a partir dos conhecimentos científicos anteriores.”
Conceito de Ciência
Segundo os
autores, Almeida & Freire, (2003,p.19) “O termo ciência, do latim scientia, significa
“conhecimento, doutrina, erudição ou prática”. (Arnal et al., 1992).
Progressivamente foi acrescentado o caráter sistemático ou organizado de tal
conhecimento. Hoje podemos definir ciência por um “conjunto organizado de
conhecimentos sobre a realidade e obtidos mediante o método científico” (Bravo,
1985). Na descrição deste método importa salvaguardar o seu caráter empírico,
diferenciando este conhecimento de especulações ou abstrações.”
A ciência pode
definir-se por um modo de conhecimento rigoroso, metódico e sistemático que
pretende otimizar a informação disponível em torno de problemas de origem
teórica e/ou prática (Arnal et al. 1992), sendo a sua principal função a
compreensão, explicação, predição e controle de fenômenos. Assim, e cada vez mais,
a ciência apoia a tomada de decisões e os processos de mudança da realidade.”Almeida & Freire, (2003, p.19)
Caraterísticas
do conhecimento Científico
Segundo Almeida
& Freire (2003, p. 21,22) “apontam que o conhecimento científico é, por
inerência, mais organizado, sistemático e preciso na sua fundamentação. Assiste-lhe,
ainda caraterísticas de racionalidade e objetividade. É um conhecimento obtido
através do método científico, e de entre as suas caraterísticas, podemos
salientar as seguintes:
Objetivo: descreve a realidade como ela é ou pode
ser, mesmo que falível e apenas temporariamente correto, mas nunca como
gostaríamos que fosse:
Empírico: Sempre baseado na experiência, nos
fenômenos e fatos;
Racional: mais assente na razão e na lógica
do que na intuição;
Replicável: as mesmas condições, em diferentes
locais e com diferentes experimentadores, deve replicar os resultados, ou a sua
comprovação pode ser feita por pessoas distintas e com circunstâncias diversas;
Sistemático:conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente
nos seus elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada num
sistema mais amplo;
Metódico: conhecimento obtido através de procedimentos
e estratégias fiáveis, mediante planos metodológicos rigorosos;
Comunicável:conhecimento claro e preciso na sua significação,
reconhecido e aceite pela comunidade científica;
Analítico: procura ir além das aparências, procura
entrar na complexidade e na globalidade dos fenómenos;
Cumulativo: conhecimento que se ensaia,
constrói e estrutura a partir dos conhecimentos científicos anteriores.”
Este post excepto o mapa conceptual, é parte integrante da Obra Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação de Almeida & Freire, Edição da Psiquilíbrios, Braga
BIBLIOGRAFIA:
Almeida, T.; Freire, L.S. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Edição da Psiquilíbrios, Braga.
Para iniciar a discussão sobre o tema, é necessário definir: O que é o conhecimento científico? O que é ciência? Para Lukas & Santiago (2004), uma das características que pode diferenciar o conhecimento científico do conhecimento vulgar (senso comum) é a forma como vai ser obtido este conhecimento, metodicamente, através da aplicação de um método; o chamado “método científico”. Na descrição deste método importa salvaguardar o seu caráter empírico, diferenciando este conhecimento das especulações ou abstrações (Almeida & Freire, 2003).
Abaixo estão sistematizadas oito características principais do conhecimento científico, segundo os autores Lukas e Santiago (2004):
A investigação científica seria, então, uma atividade rigorosa e sistemática que tem como objetivo final a elaboração de teorias – leis que regem o funcionamento do universo.
Com relação ao processo de construção do conhecimento científico, ele pode iniciar-se a partir dos dados obtidos e posterior elaboração de um resumo descritivo do fenômeno ou teoria, o chamado Método Indutivo ou iniciar-se a partir de uma teoria; neste caso, são construídas hipóteses que deverão ser testadas ao longo do processo, o chamado Método Dedutivo.
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E no campo da educação?
No contexto de nossa área de interesse deste mestrado, a Educação, como a natureza dos fenômenos estudados pelas Ciências Naturais é diferente das Ciências Sociais e da Educação, houve a necessidade de reestruturar esta visão de investigação científica para algo mais abrangente.
Os fenômenos educativos, por exemplo, não são visíveis e exigem vias indiretas para acessá-los, dado que são representações humanas dos contextos estudados, (tanto dos participantes, quanto dos investigadores). Podem também ser explicados por mais de uma teoria, ou duas teorias distintas podem se basear no mesmo conjunto de dados de investigação (Almeida & Freire, 2003).
Sendo assim, há um debate relativamente recente sobre quais critérios mínimos são necessários para legitimar uma pesquisa de qualidade. É notório que:
“o excessivo rigor metodológico que impõe o método científico muitas vezes é um obstáculo para sua aplicação no estudo dos fenômenos educativos”
Lukas & Santiago, 2014
Neste sentido, o controle de variáveis e de suas medições e a obrigatoriedade de replicação dos resultados, por exemplo, são medidas difíceis de adotar neste campo de estudo.
Qual é o objeto de estudo da educação?
A resposta a esta pergunta nos conduzir para dois caminhos de investigação diferentes, mas não mutuamente excludentes:
INVESTIGAÇÃO
RESPOSTA
Básica ou Pura
Busca de conhecimento científico sobre a Educação, para então compreender seus fenômenos.
Aplicada ou Prática
Busca de soluções práticas para os problemas, a partir da compreensão dos fenômenos
QUAIS SÃO AS SUAS Modalidades ?
Podemos sistematizar as modalidades de investigação científica em: Qualitativa, Quantitativa e Mista:
Qualitativa: Segundo Gunther (2006), são características gerais da pesquisa qualitativa:
compreensão como princípio do conhecimento
construção da realidade
descoberta e construção de teorias
ciência baseada em textos (produzidos via coleta de dados)
Quantitativa: tem como objetivo examinar as relações entre as variáveis para responder às questões e hipóteses, através de levantamentos e experimentos estritamente controlados. Garante medidas ou observações para testar uma teoria (Creswell, 2007).
Mista: reúne dados qualitativos e quantitativos em uma única investigação. Com a inclusão de métodos múltiplos de dados e formas múltiplas de análise, a complexidade desses projetos exige procedimentos mais explícitos (Creswell, 2007).
QUAIS SÃO AS Fases do processo de investigação ?
Vamos abordar neste post, especificamente as preocupações com a definição de um problema, que é a primeira fase de uma investigação. Nesta etapa, busca-se estabelecer as questões e os objetos de investigação, com especial atenção aos seguintes critérios, segundo Almeida & Freire (2003):
→ Qualidade e pertinência: qual o alcance social?
→ Ser concreto ou real: ajudará a resolver algum problema real?
→ Posicionamentos anteriores de outros investigadores
→ Condições para ser estudado: é viável? há recursos disponíveis (financeiros, humanos)?
→ Formulado de forma clara para entendimento de outros investigadores
Esta definição depende do quão familiarizado o investigador está com o tema envolvido, a complexidade da ideia, a existência de estudos antecessores, o empenho e habilidades do investigador e a modalidade escolhida de investigação – qualitativa, quantitativa e mista (Hernandez & Batista, 2003).
RESUMINDO…
Para sistematizar o que foi visto até aqui, consulte o Mapa Conceitual abaixo, elaborado sobre o tema (Clique sobre a imagem para ampliá-la).
REFERÊNCIAS
Almeida, T.; Freire, L.S. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Edição da Psiquilíbrios, Braga.
Creswell, J.W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.
Günther, H (2006). Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 22 n. 2, pp. 201-210.
Lukas, J. F.; Santiago, K (2004). Evaluación Educativa. Edição da Alianza Editorial, Madrid.
Roberto Hernández, R.; Fernández C. & Baptista, P. (2003). Metodología dela Investigación. D.F: McGraw-Hill, Interamericana, México.