O primeiro passo de uma pesquisa, seja ela de abordagem quantitativa, qualitativa ou mista, é a determinação de um problema de investigação. Um problema surge quando temos questões sobre um certo assunto, ou uma necessidade é observada. O investigador, neste contexto, tem sua curiosidade e interesse despertados e precisa refletir, antes de mais nada, sobre a importância deste estudo e quais públicos serão beneficiados direta ou indiretamente.
Como formular um projeto de pesquisa?
Segundo Gil (2002) o problema precisa ser categorizado primeiramente como “científico” – como vimos anteriormente no post “Natureza e características da investigação científica”. Após, podemos seguir algumas regras práticas:
(a) o problema deve ser formulado como pergunta sobre o tema, provocando uma problematização;
(b) o problema precisa ser claro e preciso, com termos rigorosamente definidos;
(c) o problema deve ser empírico, estudado como fatos ou “coisas”, e não apresentar julgamentos morais ou de valores;
(d) o problema deve ser suscetível de solução;
(e) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável.
Caso seja constatado que o problema precisa ser tratado de forma mais estruturada e é pertinente, o investigador pode dar início à investigação, partindo de uma revisão bibliográfica.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O objetivo da revisão bibliográfica é justificar a importância da investigação e criar distinções entre os estudos passados e o estudo proposto; este novo estudo precisa acrescentar algo à literatura ou ampliar ou retestar aquilo que outras pessoas já examinaram (Creswell, 2007). Para realizá-la de forma eficiente, o investigador pode selecionar palavras-chave e efetuar suas buscas em bases de dados, como o Google Scholar, ResearchGate, Pubmed, Scielo, dentre outros.
Logo após, caso sejam observadas deficiências ou lacunas na literatura existente, o investigador poderá propor alternativas para resolvê-las. Neste momento, o objetivo da investigação precisa ser delimitado, pois conduzirá toda a pesquisa.
Para concluir este tópico, considero importante o trecho abaixo, extraído do artigo de Nenty, (2009):
“A habilidade mais importante para uma revisão eficiente da literatura é a capacidade de ler rapidamente, compreender e resumir rapidamente o material e colocá-lo em uma forma que possa ser facilmente recuperada e usada no futuro. Durante uma revisão, as atividades de um pesquisador são citar, parafrasear, resumir e avaliar. Cada uma delas deve ser feita de maneira a proteger o direito do autor e evitar o plágio ”.
POSICIONAMENTO DO INVESTIGADOR
Igualmente importante é o posicionamento do investigador, ou seja, dentre os tópicos selecionados após a revisão da literatura e definição do objetivo, quais questões serão formuladas e quais aspectos serão estudados? As respostas a essas perguntas terão influencia direta das hipóteses que possui em relação ao tema.
Exemplificando: em uma pesquisa qualitativa, o investigador poderá propor uma questão geral, de forma a não limitar a pesquisa, e diversas subsequentes, ocultando seus objetivos; já em uma pesquisa quantitativa, poderá utilizar questões e hipóteses para moldar e focar especificamente o objetivo do estudo, considerando suas variáveis dependentes e independentes (Creswell, 2007).
O PAPEL DAS TEORIAS
Dependendo da abordagem escolhida para a investigação, as teorias podem estar presentes em diferentes momentos e servir a diferentes propósitos. Veremos a seguir as principais diferenças entre a teoria na pesquisa quantitativa e na qualitativa:
RESUMINDO…
Para sistematizar o que foi visto até aqui, consulte o Mapa Conceitual abaixo, elaborado sobre o tema (Clique sobre a imagem para ampliá-la).
REFERÊNCIAS
Creswell, J.W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Editora Atlas.
Nenty, H. J (2009). Writing a Quantitative Research Thesis. Int J Edu Sci, 1(1): 19-32.