Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?

Investigadores argumentam que ambas as pesquisas (qualitativa e quantitativa) apresentam prós e contras. O método escolhido pelo investigador deve se adequar à pergunta de uma determinada pesquisa. O cientista social deve considerar a variabilidade do comportamento e dos estados subjetivos. Sob a ótica das ciências sociais é preciso observar o comportamento que ocorre naturalmente no âmbito real, criar situações artificiais e observar o comportamento diante dessas situações e perguntar às pessoas sobre o seu comportamento. As vantagens e desvantagens estão ligadas à qualidade dos dados obtidos, às possibilidades da sua obtenção e à maneira de sua utilização e análise. O que une os diversos métodos é o fato de todos partirem de perguntas essencialmente qualitativas. Um pesquisador rotulado de quantitativo dificilmente exclui o interesse em compreender as relações complexas. Na pesquisa qualitativa a coleta de dados pode ocorrer por entrevista focalizada, semipadronizada, centrada em um problema, centrada no contexto, narrativa, episódica, em grupo, discussão em grupo e narrativa em grupo. A questão não é colocar a pesquisa qualitativa versus a pesquisa quantitativa e sim considerar os recursos materiais, temporais e pessoais disponíveis para lidar com a pergunta científica.

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Paradigma

Paradigma, palavra derivada do grego “paradeigma” que significa padrão, exemplo, modelo a ser seguido. O conceito de paradigma nos remete aos modelos de comportamento que regem a sociedade. Segundo Silva e Pinto (1986) o paradigma é “um conjunto de princípios, teorias, estratégias metódicas e resultados cruciais que servem de modelo ou quadro orientador às pesquisas produzidas na sua área”. Os paradigmas são mais facilmente perceptíveis quando um novo modelo de ciência se instaura. Um exemplo é a evolução dos modelos atômicos, desde o átomo indivisível ao modelo quântico atual. O paradigma positivista resulta da associação de várias correntes de pensamento derivadas da Revolução Científica, do Iluminismo e da Revolução Industrial. Enfatiza o determinismo, a racionalidade, a impessoalidade, a inflexibilidade e a previsão. O paradigma interpretativo substitui as noções de explicação, previsão e controle por compreensão, significado e ação. Adota uma posição relativista e valoriza o papel do investigador. O paradigma crítico considera o caráter emancipatório e transformador das organizações e processos educativos. Cada ator social vê o mundo através da sua racionalidade.

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Revisión de la literatura y fundamentación teórica

Revisar a literatura envolvida, escolher, analisar criticamente e relatar dados já existentes sobre o tema. Consiste em localizar e resumir a informação existente acerca de um problema. Deve ter-se em conta a pertinência e a qualidade e não a quantidade a escolher as referências bibliográficas a revisar a literatura. A revisão da literatura deve ajudar a formular o problema de investigação evitando duplicidade. Ajuda a definir sua praticabilidade e pode fornecer sugestões metodológicas. As fontes podem ser factuais, estatísticas, opiniões, pontos de vista ou comentários pessoais. As fontes podem ser primárias quando foram escritas pelo investigador referente às suas próprias experiências, ou secundárias quando foram escritas por outros autores. O processo de construção da concepção do projeto tem a função de dar ao investigador a perspectiva do projeto. Implica na criação de conceitos que são os símbolos dos fenômenos abstraídos da realidade da qual fazem parte. Tais conceitos não são os fenômenos em si, mas um marco de referência. O fato é uma construção lógica de conceitos. O referencial teórico amplia a descrição e análise do problema, orienta a organização de dados significativos para descobrir as relações do problema com as teorias existentes e conecta a teoria com a investigação.

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Revisão bibliográfica

Após situar o problema torna-se necessário reunir e analisar o que já se conhece sobre o assunto. A revisão bibliográfica é importante para se definir e enquadrar o referencial teórico para a investigação. Serve também para a obtenção de indicações e sugestões importantes tendo em vista a definição do plano de investigação. A revisão bibliográfica permite verificar o conhecimento que se tem do tema, como por exemplo, se o problema já foi solucionado ou o que falta para isso. Permite também conhecer a metodologia de investigação mais frequentemente usada para abordar o problema em questão. Sem contar com as questões deixadas em aberto, os erros metodológicos e reducionismos em que incorreram os estudos anteriores.

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Planteamiento del problema

Levantar um problema é refinar e estruturar a ideia de pesquisa de forma mais formal.
A abordagem para o problema às vezes pode ser imediata, quase automática ou levar um tempo considerável. Isso depende de quão familiar o pesquisador está com o assunto a ser abordado, a própria complexidade da ideia, a existência de estudos de fundo, a pesquisa do pesquisador, a abordagem escolhida (quantitativa, qualitativa ou mista) e suas habilidades pessoais.
Primeiro, é necessário formular o problema específico em termos concretos e explícitos, de modo que seja susceptível de ser investigado por procedimentos científicos.
Os elementos necessários para a abordagem do problema são: listar os objetivos, elaborar as perguntas da investigação, justificar o projeto e estudar sua viabilidade.
Para tanto é preciso ter clareza do que se pretende, analisar a possibilidade de coleta de dados e verificar a relação entre as variáveis.
Os objetivos da investigação destinam-se a apontar o que se pretende na investigação e devem ser claramente expressos.
As perguntas formuladas podem ser mais ou menos gerais, mas na maioria dos casos devem ser mais específicas. Além disso devem orientar o que se busca na investigação.


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How to Choose a Good Scientific Problem

A escolha de um bom problema é essencial para se tornar um bom cientista. Mas o que é um bom problema e como escolhê-lo? Uma boa escolha significa descobrir novos conhecimentos de forma competente e fascinante. Para escolher um problema científico, o ponto de partida é a viabilidade, ou seja, ele é difícil ou fácil, para o tempo esperado para concluir o projeto. Depende da habilidade do pesquisador e da tecnologia disponível. Problemas que são fáceis no papel são muitas vezes difíceis na prática, e os problemas que são difíceis no papel são quase impossíveis na prática. Geralmente valoriza-se a ciência que se aventura em águas profundas. Com isso os problemas que aumentam o conhecimento verificável são os de maior interesse. Para decidir qual problema selecionar é preciso pensar nas duas frentes: viabilidade e o que se esperar obter de conhecimento. Por exemplo, um estudante de pós-graduação iniciante precisa de um problema que seja fácil, dê feedback positivo e possa reforçar a confiança do pesquisador. Um erro comum cometido na escolha de problemas é tomar o primeiro problema que vem à mente. A escolha rápida conduz a muita frustração e amargura. Leva tempo para encontrar um bom problema. Mas as semanas dedicadas à escolha, podem economizar meses ou anos mais tarde. Se o pesquisador tiver a sorte de ter mentores atenciosos, ele poderá ouvir a voz interior a lhe direcionar a escolha. Uma maneira de ajudar a ouvir a voz interior é perguntar: ”Se eu fosse a única pessoa na Terra, em qual problema eu trabalharia?” Em resumo, o pesquisador deve encontrar seu tempo para encontrar os problemas disponíveis, o que é mais viável e mais interessante.

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A seleção do Problema

A formulação de um problema deve estabelecer uma relação entre duas ou mais variáveis, ser clara e sem ambiguidade, formulada em forma de questão, ser testável e não representar atitude moral ou ética. O primeiro passo é delimitar a amplitude do problema. Para tanto é útil recorrer a esquemas para classificá-lo.

Inputs disponíveis Atividade e organização do ensino Antecipação dos resultados
Estudantes prospectivos Seleção Satisfação das necessidades da sociedade
Professores prospectivos Programa Satisfação das necessidades individuais
Atitudes Currículo Mudança de atitude
Mercado de trabalho Relação professor/aluno Mudança social
Relações institucionais Escolha de carreira Aquisição de competências
Desenvolvimento de carreira Serviços  

Por exemplo, considerando o “Desenvolvimento de Carreira” (coluna 1) com “Serviços” (coluna 2) e “Satisfação das Necessidades Individuais” (coluna 3) temos a seguinte formulação: – “A orientação de grupo é tão eficaz como a orientação individual para facilitar as escolhas apropriadas de carreira”? Outro exemplo, considerando agora “Estudantes prospectivos” (coluna 1) com “Escolha de carreira” (coluna 2) temos a seguinte formulação: – “A orientação de grupo é mais eficaz para facilitar as escolhas de carreira apropriadas, entre os estudantes com objetivos claramente definidos, ou entre os estudantes sem objetivos claramente definidos”? A investigação em sala de aula deve considerar as características do material de ensino, as características do professor e aluno, o comportamento do aluno frente a aprendizagem, a inteligência e a ansiedade do aluno e as características da tarefa. Ao escolher um problema considere a aplicabilidade, exigência, amplitude crítica, extensão, complexidade, valor teórico e potencial contribuição para a compreensão do fenômeno.

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Standards of Validation and Evaluation

Definir “Padrões de validação e avaliação” em educação não é tarefa fácil. É importante verificar critérios de validade e fidedignidade da pesquisa qualitativa. Diversas tentativas foram feitas no sentido de adotar os critérios advindos da pesquisa quantitativa, notadamente experimental. Novos critérios e nova compreensão do que significa validade e fidedignidade tiveram de ser desenvolvidos. Novos termos para definir se o achado qualitativo é “merecedor de confiança” ou confiável incluem concordância sobre a veracidade da análise feita. As interpretações são limitadas e a própria verdade é questionada. Estratégias de validação são descritas e incluem o papel do orientador ou do grupo de pesquisa na verificação crítica da confiança dos resultados da pesquisa, na identificação do viés do pesquisador, dentre outros. A fidedignidade pode ser compreendida em métodos qualitativos como uma medida possível em que os critérios utilizados para análise dos dados concordam e em qual medida. Outra questão importante é a avaliação da “honestidade” ou “autenticidade” do texto elaborado para a pesquisa. O papel do participante, ou colaborador, é fundamental neste sentido, e a consulta a ele envolve diferentes métodos a depender do delineamento qualitativo utilizado. É importante que a “validade” e “fidedignidade” de estudos qualitativos sejam verificadas. Neste sentido, o acesso à literatura anterior pode permitir ao pesquisador encontrar autores que propõem alternativas que sejam viáveis às perspectivas epistemológicas de diferentes pesquisas e delineamentos.

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Conceito de Ciência

Mapa Conceptual do Conhecimento Cientifico

Segundo os autores, Almeida & Freire, (2003,p.19)  “O termo ciência, do latim scientia, significa “conhecimento, doutrina, erudição ou prática”.  (Arnal et al., 1992). Progressivamente foi acrescentado o caráter sistemático ou organizado de tal conhecimento. Hoje podemos definir ciência por um “conjunto organizado de conhecimentos sobre a realidade e obtidos mediante o método científico” (Bravo, 1985). Na descrição deste método importa salvaguardar o seu caráter empírico, diferenciando este conhecimento de especulações ou abstrações.”

A ciência pode definir-se por um modo de conhecimento rigoroso, metódico e sistemático que pretende otimizar a informação disponível em torno de problemas de origem teórica e/ou prática (Arnal et al. 1992), sendo a sua principal função a compreensão, explicação, predição e controle de fenômenos. Assim, e cada vez mais, a ciência apoia a tomada de decisões e os processos de mudança da realidade.”Almeida & Freire, (2003, p.19)

 Caraterísticas do conhecimento Científico

Segundo Almeida & Freire (2003, p. 21,22) “apontam que o conhecimento científico é, por inerência, mais organizado, sistemático e preciso na sua fundamentação. Assiste-lhe, ainda caraterísticas de racionalidade e objetividade. É um conhecimento obtido através do método científico, e de entre as suas caraterísticas, podemos salientar as seguintes:

Objetivo: descreve a realidade como ela é ou pode ser, mesmo que falível e apenas temporariamente correto, mas nunca como gostaríamos que fosse:

Empírico: Sempre baseado na experiência, nos fenômenos e fatos;

Racional: mais assente na razão e na lógica do que na intuição;

Replicável: as mesmas condições, em diferentes locais e com diferentes experimentadores, deve replicar os resultados, ou a sua comprovação pode ser feita por pessoas distintas e com circunstâncias diversas;

Sistemático: conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente nos seus elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada num sistema mais amplo;

Metódico: conhecimento obtido através de procedimentos e estratégias fiáveis, mediante planos metodológicos rigorosos;

Comunicável: conhecimento claro e preciso na sua significação, reconhecido e aceite pela comunidade científica;

Analítico: procura ir além das aparências, procura entrar na complexidade e na globalidade dos fenómenos;

Cumulativo: conhecimento que se ensaia, constrói e estrutura a partir dos conhecimentos científicos anteriores.”

Conceito de Ciência

Segundo os autores, Almeida & Freire, (2003,p.19)  “O termo ciência, do latim scientia, significa “conhecimento, doutrina, erudição ou prática”.  (Arnal et al., 1992). Progressivamente foi acrescentado o caráter sistemático ou organizado de tal conhecimento. Hoje podemos definir ciência por um “conjunto organizado de conhecimentos sobre a realidade e obtidos mediante o método científico” (Bravo, 1985). Na descrição deste método importa salvaguardar o seu caráter empírico, diferenciando este conhecimento de especulações ou abstrações.”

A ciência pode definir-se por um modo de conhecimento rigoroso, metódico e sistemático que pretende otimizar a informação disponível em torno de problemas de origem teórica e/ou prática (Arnal et al. 1992), sendo a sua principal função a compreensão, explicação, predição e controle de fenômenos. Assim, e cada vez mais, a ciência apoia a tomada de decisões e os processos de mudança da realidade.”Almeida & Freire, (2003, p.19)

 Caraterísticas do conhecimento Científico

Segundo Almeida & Freire (2003, p. 21,22) “apontam que o conhecimento científico é, por inerência, mais organizado, sistemático e preciso na sua fundamentação. Assiste-lhe, ainda caraterísticas de racionalidade e objetividade. É um conhecimento obtido através do método científico, e de entre as suas caraterísticas, podemos salientar as seguintes:

Objetivo: descreve a realidade como ela é ou pode ser, mesmo que falível e apenas temporariamente correto, mas nunca como gostaríamos que fosse:

Empírico: Sempre baseado na experiência, nos fenômenos e fatos;

Racional: mais assente na razão e na lógica do que na intuição;

Replicável: as mesmas condições, em diferentes locais e com diferentes experimentadores, deve replicar os resultados, ou a sua comprovação pode ser feita por pessoas distintas e com circunstâncias diversas;

Sistemático: conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente nos seus elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada num sistema mais amplo;

Metódico: conhecimento obtido através de procedimentos e estratégias fiáveis, mediante planos metodológicos rigorosos;

Comunicável: conhecimento claro e preciso na sua significação, reconhecido e aceite pela comunidade científica;

Analítico: procura ir além das aparências, procura entrar na complexidade e na globalidade dos fenómenos;

Cumulativo: conhecimento que se ensaia, constrói e estrutura a partir dos conhecimentos científicos anteriores.”

Este post excepto o mapa conceptual, é parte integrante da Obra Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação de Almeida & Freire, Edição da Psiquilíbrios, Braga

BIBLIOGRAFIA:

Almeida, T.; Freire, L.S. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Edição da Psiquilíbrios, Braga.

Natureza e características da Investigação Científica

O que é conhecimento científico?

Para iniciar a discussão sobre o tema, é necessário definir: O que é o conhecimento científico? O que é ciência? Para Lukas & Santiago (2004), uma das características que pode diferenciar o conhecimento científico do conhecimento vulgar (senso comum) é a forma como vai ser obtido este conhecimento, metodicamente, através da aplicação de um método; o chamado “método científico”. Na descrição deste método importa salvaguardar o seu caráter empírico, diferenciando este conhecimento das especulações ou abstrações (Almeida & Freire, 2003).

Abaixo estão sistematizadas oito características principais do conhecimento científico, segundo os autores Lukas e Santiago (2004):

Quadro 1. Oito principais características do conhecimento científico.

A investigação científica seria, então, uma atividade rigorosa e sistemática que tem como objetivo final a elaboração de teorias – leis que regem o funcionamento do universo.

Com relação ao processo de construção do conhecimento científico, ele pode iniciar-se a partir dos dados obtidos e posterior elaboração de um resumo descritivo do fenômeno ou teoria, o chamado Método Indutivo ou iniciar-se a partir de uma teoria; neste caso, são construídas hipóteses que deverão ser testadas ao longo do processo, o chamado Método Dedutivo.

…………………………………………………………………………………………………………………………………

E no campo da educação?

No contexto de nossa área de interesse deste mestrado, a Educação, como a natureza dos fenômenos estudados pelas Ciências Naturais é diferente das Ciências Sociais e da Educação, houve a necessidade de reestruturar esta visão de investigação científica para algo mais abrangente.

Os fenômenos educativos, por exemplo, não são visíveis e exigem vias indiretas para acessá-los, dado que são representações humanas dos contextos estudados, (tanto dos participantes, quanto dos investigadores). Podem também ser explicados por mais de uma teoria, ou duas teorias distintas podem se basear no mesmo conjunto de dados de investigação (Almeida & Freire, 2003).

Sendo assim, há um debate relativamente recente sobre quais critérios mínimos são necessários para legitimar uma pesquisa de qualidade. É notório que:

“o excessivo rigor metodológico que impõe o método científico muitas vezes é um obstáculo para sua aplicação no estudo dos fenômenos educativos”

Lukas & Santiago, 2014

Neste sentido, o controle de variáveis e de suas medições e a obrigatoriedade de replicação dos resultados, por exemplo, são medidas difíceis de adotar neste campo de estudo.

Qual é o objeto de estudo da educação?

A resposta a esta pergunta nos conduzir para dois caminhos de investigação diferentes, mas não mutuamente excludentes:

INVESTIGAÇÃORESPOSTA
Básica ou Pura Busca de conhecimento científico sobre a Educação, para então compreender seus fenômenos.
Aplicada ou PráticaBusca de soluções práticas para os problemas, a partir da compreensão dos fenômenos

QUAIS SÃO AS SUAS Modalidades ?

Podemos sistematizar as modalidades de investigação científica em: Qualitativa, Quantitativa e Mista:

Qualitativa: Segundo Gunther (2006), são características gerais da pesquisa qualitativa:

  • compreensão como princípio do conhecimento
  • construção da realidade
  • descoberta e construção de teorias
  • ciência baseada em textos (produzidos via coleta de dados)

Quantitativa: tem como objetivo examinar as relações entre as variáveis para responder às questões e hipóteses, através de levantamentos e experimentos estritamente controlados. Garante medidas ou observações para testar uma teoria (Creswell, 2007).

Mista: reúne dados qualitativos e quantitativos em uma única investigação. Com a inclusão de métodos múltiplos de dados e formas múltiplas de análise, a complexidade desses projetos exige procedimentos mais explícitos (Creswell, 2007).

QUAIS SÃO AS Fases do processo de investigação ?

Vamos abordar neste post, especificamente as preocupações com a definição de um problema, que é a primeira fase de uma investigação. Nesta etapa, busca-se estabelecer as questões e os objetos de investigação, com especial atenção aos seguintes critérios, segundo Almeida & Freire (2003):

Qualidade e pertinência: qual o alcance social?

Ser concreto ou real: ajudará a resolver algum problema real?

Posicionamentos anteriores de outros investigadores

Condições para ser estudado: é viável? há recursos disponíveis (financeiros, humanos)?

Formulado de forma clara para entendimento de outros investigadores

Esta definição depende do quão familiarizado o investigador está com o tema envolvido, a complexidade da ideia, a existência de estudos antecessores, o empenho e habilidades do investigador e a modalidade escolhida de investigação – qualitativa, quantitativa e mista (Hernandez & Batista, 2003).

RESUMINDO…

Para sistematizar o que foi visto até aqui, consulte o Mapa Conceitual abaixo, elaborado sobre o tema (Clique sobre a imagem para ampliá-la).

Mapa Conceitual “Natureza e Características da Investigação Científica”.

REFERÊNCIAS

Almeida, T.; Freire, L.S. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Edição da Psiquilíbrios, Braga.

Creswell, J.W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.

Günther, H (2006). Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 22 n. 2, pp. 201-210.

Lukas, J. F.; Santiago, K (2004). Evaluación Educativa. Edição da Alianza Editorial, Madrid.

Roberto Hernández, R.; Fernández C. & Baptista, P. (2003). Metodología dela Investigación. D.F: McGraw-Hill, Interamericana, México.

Qual o conhecimento que tenho sobre investigação?

Aprendi sobre investigação durante a Iniciação Científica, na Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas. Foram dois anos de estudo, com bolsa do governo federal (CNPq), para investigar como a aprendizagem significativa crítica poderia melhorar o ensino de Biologia Celular. Durante este período atuamos, eu e meu orientador, junto à turma de alunos ingressantes das Ciências Biológicas. 

Primeiro investigamos quais conceitos prévios sobre o conceito de célula a turma trazia de seus períodos de ensino médio, utilizando placas de metal com organelas presas em ímãs. A dinâmica consistia na divisão dos alunos em grupos e na criação de células destes materiais. Depois, entregamos um roteiro para eles, com algumas perguntas:

Onde esta célula estaria no corpo humano?”, “Em que fase de desenvolvimento ela está?”, “Como está seu metabolismo? Alto, baixo”? A partir das respostas, discutimos com cada grupo porque escolheram aquela disposição, quantidade e tipos de organelas, bem como, os conceitos apontados no roteiro. Fizemos anotações e introduzimos as dificuldades nas aulas seguintes do professor com a turma. Esta foi apenas uma das dinâmicas; também utilizamos mapas conceituais, criação de modelos de células em 3D, debates tipo “júri simulado”, enfim, todas com foco na verificação das mudanças/aperfeiçoamentos dos conceitos prévios dos alunos ao longo das aulas. 

Os alunos apresentaram uma boa recepção a todas as dinâmicas e elaboraram mapas conceituais muito complexos e completos, ao final da disciplina. Apesar disso, encontrei certa dificuldade em estabelecer parâmetros para avaliar o aprendizado dos alunos, se ele realmente foi significativo. Também fui questionada sobre isso em um congresso no qual apresentei o trabalho: “Se foi uma avaliação qualitativa, como você pode ter certeza dos resultados”? Esta disciplina será muito importante para entender melhor estas questões; na época, confesso que fiquei um pouco preocupada com isso.

  • Aproveitando o assunto sobre Mapas Conceituais, segue o link do 1° Mapa Conceitual realizado a partir das discussões do 1° Encontro Síncrono da disciplina – o qual sintetiza o que foi abordado.

Investigação Científica – Mapa Conceptual – Livros – Mariana Guerreiro

HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:

  • Curso Pós-Graduado de Especialização em Tecnologias e Metodologias da Programação do Ensino Básico, concluído em 17/07/2017. No Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
  • Professora Profissionalizada, realizou a Profissionalização em Serviço na Escola Superior de Educação de Setúbal, concluída no ano letivo 2003/2004.
  • Licenciatura em Informática de Gestão e Informática, Especialização em Informática de Gestão concluído em 24/07/1998. No Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos.

PROFISSÃO:

Professora profissionalizada pertencente ao quadro de nomeação definitiva do grupo 550 (Informática). no Agrupamento de Escolas de Santo André (AESA) do Barreiro.
Leciono desde 1998. Este ano estou na Escola Secundária do AESA a lecionar a disciplina de Redes de Comunicação a uma turma do 11º Ano do Curso Profissional de Programação de Sistemas de Informáticos. Tenho o cargo de diretora de turma e ainda orientadora pela Formação em Contexto de Trabalho.
Estou também na Escola EB1/JI Telha Nova nº1 da Quinta da Lomba, a dinamizar o Projeto de Iniciação à programação do 1º Ciclo do Ensino Básico na oferta complementar, a 8 turmas do 3º e do 4º ano. 

SOBRE CONHECIMENTO EM INVESTIGAÇÃO:

O meu conhecimento sobre a Metodologia de Investigação Científica é mínimo, a minha breve experiência que tive foi durante a realização da Pós-Graduação, no ano 2016/17 na U.C. de Seminário de Investigação e Projeto.

Com esta U.C. Metodologia de Investigação vou ter a oportunidade de adquirir e aprofundar os meus conhecimentos nesta área, na procura da melhoria das minhas práticas de investigação.

PERFIS

O que é um mapa conceptual?

“Um mapa conceptual é uma ferramenta de representação do conhecimento (Novak, 2000) que assume a forma de um diagrama bidimensional que procura mostrar conceitos hierarquicamente organizados e as relações entre esses conceitos num dado campo de conhecimento (Moreira e Buchweitz, 1993:15).
Este tipo de diagrama deve-se a Joseph Novak, psicólogo educacional da corrente construtivista (Universidade de Cornell, EUA), que defende uma aprendizagem de qualidade decorrente da aquisição de conceitos claros e rigorosos, ancorados nos conhecimentos prévios do aprendente.”

Parágrafo retirado do livro Metodologia da Investigação, Guia para Auto-aprendizagem, 2ª edição, de Hermano Carmo e Manuela Malheiro Ferreira

Mapa conceptual da Investigação Científica

Natureza e Caraterísticas da Investigação Científica

Conceito de Investigação Científica 

Segundo Reis, L. Felipa (2018) “A investigação científica consiste num método de aquisição de conhecimentos, sendo um processo sistemático de recolha de dados observados e verificados, que permite encontrar respostas para questões levantadas no percorrer de uma investigação.”( Reis, 2018, p.15).

Segundo Tuckman, (2012) A investigação é uma tentativa sistemática de atribuição de respostas às questões. As respostas podem ser abstratas e gerais na investigação fundamental ou concretas e específicas, como acontece na investigação aplicada. Em ambos os tipos de investigação o investigador descobre os factos e formula, então, uma generalização baseada na interpretação desses factos. Investigação fundamental diz respeito à relação entre duas ou mais variáveis. É realizada a partir da identificação de um problema.

 As Características do processo de investigação: 

  • A investigação é um processo sistemático
  •  A investigação é um processo estruturado, ou seja, há regras a que o investigador deve obedecer para a realizar, daí se conclui que é um processo sistemático.
  • A investigação é: uma atividade lógica; uma tarefa empírica (recolha de dados); um processo redutível; uma metodologia replicável e transmissível.

As Fases do processo de investigação 

O processo de investigação segue o método científico, propõe um problema a resolver, constrói uma hipótese ou solução potencial para o problema, formula a hipótese de forma operacional (testável) tenta verificar esta hipótese por meio da experimentação e da observação.

O processo de investigação inclui as seguintes etapas: (Tuckman, 2012, p.80)

  1. Identificação de um problema.
  2. Revisão crítica da bibliografia (estudos anteriores)
  3. Construção de uma hipótese. 
  4. Identificação e classificação das variáveis.
  5. Construção das definições operacionais.
  6. Manutenção e controlo das variáveis.
  7. Construção de um design de investigação.
  8. Identificação e construção dos planos e instrumentos de observação e medida. 
  9. Elaboração e aplicação de questionários ou guiões de entrevistas.
  10. Realização das análises estatísticas.
  11. Redação do documento da investigação.

Bibliografia: 

Tuckman, B. (2012). Manual de investigação em educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Reis, L. Felipa (2018). Investigação Científica e Trabalhos Académicos – Guia Prático. Lisboa. Edições Sílabo.

LIVROS

Sinopse

Este livro está especialmente estruturado para estudantes e investigadores. As principais teorias, métodos e abordagens novas são apresentados de uma forma clara e acessível. Os exemplos práticos e os sumários ajudam a esclarecer o estudante e o investigador acerca das medidas certas que devem tomar na estratégia de investigação.
Esta obra, de carácter eminentemente prático, revela-se como um texto essencial de introdução e leitura recomendada a todos os estudantes de métodos qualitativos na investigação, independentemente da disciplina em estudo.

Autor

Uwe Flick

Uwe Flick é psicólogo e sociólogo. Actualmente é professor de Métodos Qualitativos no Departamento de Gestão de Enfermagem da Alice Salomon University of Applied Sciences (Berlim, Alemanha) e Professor na Memorial University of Newfoundland (St. John’s, Canadá). As principais áreas de investigação em que trabalha são os métodos qualitativos, as representações sociais no âmbito da saúde pública e individual e a mudança tecnológica no quotidiano das pessoas.

Sinopse

A investigação e a formação são hoje vistas como elementos nutritivos da prática profissional nos mais diversos domínios, em particular na educação, onde, a par das competências inerentes ao desenvolvimento do currículo, se configuram como atributos essenciais da tarefa docente.

Reconhecendo que as dimensões referidas são, em conjunto, essenciais na configuração da profissionalidade docente, refletimos ao longo deste livro apenas sobre uma delas – a investigação -, especificamente sobre uma das suas modalidades – o estudo de caso -, por se revelar uma estratégia investigativa que permite uma análise mais focalizada e mais compreensiva dos processos e das práticas profissionais, podendo, por isso, contribuir para dar resposta aos imperativos de avaliação, de mudança e de melhoria que hoje pendem sobre as escolas.

Autor

José Carlos Morgado

Doutorado em Educação, na especialidade de Desenvolvimento Curricular, pela Universidade do Minho. Atualmente é professor no Instituto de Educação da Universidade do Minho, investigador no Centro de Investigação em Educação (CIEd), Presidente do Conselho Científico da Associação Nacional de Professores (ANP) e Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação (SPCE). Tem participado em diversos projetos de investigação no âmbito das Políticas e Práticas Curriculares, da Pedagogia no Ensino Superior e da Avaliação em Educação, sendo autor e coautor de artigos e publicações nessas áreas.

Sinopse

O que é a análise de conteúdo actualmente? Um conjunto de instrumentos metodológicos cada vez mais subtis em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a «discursos» (conteúdos e continentes) extremamente diversificados. O factor comum destas técnicas múltiplas e multiplicadas — desde o cálculo de frequências que fornece dados cifrados, até à extracção de estruturas traduzíveis em modelos – é uma hermenêutica controlada, baseada na dedução: a inferência. Enquanto esforço de interpretação, a análise de conteúdo oscila entre os dois pólos do rigor da objectividade e da fecundidade da subjectividade. Absolve e cauciona o investigador por esta atracção pelo escondido, o latente, o não-aparente, o potencial de inédito (do não dito), retido por qualquer mensagem. Tarefa paciente de «desocultação», responde a esta atitude de voyeur de que o analista não ousa confessar-se e justifica a sua preocupação, honesta, de rigor científico. Analisar mensagens por esta dupla leitura, onde uma segunda leitura se substitui à leitura «normal» do leigo, é ser agente duplo, detective, espião… Dai a investir-se o instrumento técnico enquanto tal e a adorá-lo como um ídolo capaz de todas as magias, fazer-se dele o pretexto ou o álibi que caucione vãos procedimentos, a transformá-lo em gadget inexpugnável do seu pedestal, vai um passo… que é preferível não transpor. O maior interesse deste instrumento polimorfo e polifuncional que é a análise de conteúdo reside – para além das suas funções heurísticas e verificativas — no constrangimento por ela imposto de alongar o tempo de latência entre as intuições ou hipóteses de partida e as interpretações definitivas. Ao desempenharem o papel de «técnicas de ruptura» face à intuição aleatória e fácil, os processos de análise de conteúdo obrigam à observação de um intervalo de tempo entre o estímulo-mensagem e a reacção interpretativa. Se este intervalo de tempo é rico e fértil, então há que recorrer à análise de conteúdo…

Este livro pretende ser um manual, um guia, um prontuário. Tem por objectivo explicar o mais simplesmente possível o que é actualmente a análise de conteúdo e a utilidade que pode ter nas ciências humanas. Para desempenhar melhor esta tarefa foram tomadas algumas opções.
– Descrever a evolução da análise de conteúdo, delimitar o seu campo e diferenciá-la de outras práticas (primeira parte: história e teoria).
– Pôr o leitor imediatamente em contacto com exemplos simples e concretos de análise, decompondo pacientemente o mecanismo dos processos (segunda parte: práticas).
– Descrever a textura, ou seja cada operação de base, do método, fazendo referência à técnica fundamental, a análise de categorias (terceira parte: métodos).
– Apresentar, indicando os seus princípios de funcionamento, outras técnicas diferentes nos seus processos mas que respondem à função da análise de conteúdo (quarta parte: técnicas).
No conjunto tentou-se conseguir um equilíbrio entre a diversidade (referência a trabalhos americanos frequentemente mal conhecidos em França; indicação das possibilidades de tratamento informático; menção de aplicações a materiais não linguísticos) e a unidade (no início dos últimos vinte e cinco anos do século XX era necessário desembaraçar a análise de conteúdo dos diversos olhares sobre «o que fala» e marcar a sua especificidade).

Autor

Laurence Bardin

Professora-assistente de Psicologia na Universidade de Paris V, aplicou as técnicas da Análise de Conteúdo na investigação psicossociológica e no estudo das comunicações de massas.

Conhecimento e competências em investigação científica

Investigação científica é o ato de pesquisar determinado assunto previamente selecionado, elaborar argumentos para fundamentar, utilizar dados concretos e reelaborar conhecimentos. O conhecimento e as competências que possuo em investigação científica advém das realizações dos trabalhos de conclusão de curso de minhas formações acadêmicas, bem como das minhas especializações.

Desenvolvi trabalho acadêmico através do método dialético. De acordo com Netto (2011), “a relação sujeito e objeto no processo de conhecimento teórico não é uma relação de externalidade; antes, é uma relação em que o sujeito está implicado no objeto. Por isso mesmo, a pesquisa e a teoria que dela resulta da sociedade exclui qualquer pretensão de ‘neutralidade’. Entretanto, essa característica não exclui a objetividade do conhecimento teórico: a teoria tem uma instância de verificação de sua verdade, instância que é a prática social e histórica”.

Desenvolvi, também, através do método descritivo e explicativo, com característica quantitativa, uma vez que foi utilizado questionário para o levantamento dos dados necessários. A pesquisa descritiva estabelece relação entre as variáveis no objeto de estudo analisado. Enquanto que a pesquisa explicativa aprofunda o conhecimento de dado assunto e/ou questão problema. Por sua vez, a pesquisa quantitativa é uma técnica usada para coletar informações usando métodos de amostragem, no meu caso foi utilizado um formulário online com estudantes de um curso em educação à distância, os dados coletados são apresentados através de números.

Para o desenvolvimento dos trabalhos mencionados foram consultados acervos bibliográficos de diversas Instituições de Ensino Superior, bibliografias particulares, fontes eletrônicas; dentre outras fontes, tais como jornais e revistas.

Os temas de meus trabalhos, os quais apliquei os métodos acima mencionados, são ‘Responsabilidade penal da imprensa pelos abusos cometidos através da liberdade de expressão’, ‘Educar por meio do brincar no contexto da educação infantil’, ‘Aspectos motivacionais na Educação à Distância: fatores que influenciam a motivação do aluno do Norte do Paraná’ e ‘Estratégias didático-metodológicas sobre a leitura literária’.

Importante colocar que para Freire e Shor (2003), o investigador que desenvolve o ato de conhecer e produzir conhecimento deve possuir algumas qualidades, como a ação, a reflexão crítica, a curiosidade, o questionamento exigente, a inquietação e a incerteza. Uma vez que os conteúdos quando trabalhados de forma científica: “[…] estudam-se as leis objetivas dos fatos, fenômenos da natureza e da sociedade, investigando as suas relações internas e buscando a sua essência constitutiva por detrás das aparências” (Libâneo, 1993).

Referências

Freire, P. e SHOR I. (2003). Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Libâneo, J.C. (1993). Democratização na escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola.

Neto, J. P. Introdução ao estudo do método de Marx. 1 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

Problema, Hipóteses e Variáveis

Uma investigação inicia-se sempre com a definição de um problema. Toda investigação visa esclarecer uma dúvida, replicar um fenômeno, testar uma teoria ou buscar soluções para um dado problema. Assim, a primeira peça da pesquisa é a formulação do problema. O primeiro passo surge quando procuramos a resposta a uma pergunta. Segundo Tukey é preferível uma resposta aproximada à uma pergunta certa do que uma resposta exata à uma pergunta errada. O segundo passo é avaliar a qualidade e pertinência do problema identificado. Qual a sua relevância? O problema deve ser real, reunir condições de estudo, ser relevante para a teoria ou prática e formulado de forma clara e perceptível por outros pesquisadores. Situado o problema é necessário reunir e analisar o que já se conhece sobre o assunto. A revisão bibliográfica é importante para melhor enquadrar o referencial teórico para a investigação. A seguir são enunciadas as hipóteses ou soluções mais plausíveis para o problema. A formulação de hipóteses deve ser testável, se enquadrar nas hipóteses existentes da mesma área, justificável e relevante. Deve obedecer a princípios de clareza e parcimônia, ser suscetível de quantificação e generalização. Ao formular hipóteses é preciso identificar as variáveis e suas relações, trata-se de um passo importante na definição do modelo de análise do problema. As variáveis estão associadas ao modelo de investigação. No modelo experimental a preocupação está na ocorrência de um comportamento e na sua capacidade explicativa. No modelo correlacional o objetivo está em quantificar e relacionar as dimensões psicológicas. É preciso enunciar a variável, incluindo sua definição, qual aspecto melhor a descreve, que indicador a viabiliza e definir os índices a tomar sua medida. A variável pode ser independente, ou seja, identifica-se com a característica que o investigador manipula deliberadamente para conhecer o seu impacto em outra variável, dita dependente. Além destas existe a variável interveniente, que mesmo sendo alheia ao experimento influem no experimento podendo desvirtuá-lo. É também chamada de moderadora. Já a variável dita parasita, associada à variável independente, afeta os resultados da variável dependente (contaminação). Para apreciar a mensurabilidade de uma variável devemos considerar vários parâmetros, a frequência, a probabilidade, a duração, a intensidade e a qualidade de uma resposta. Finalmente, acerca da natureza das variáveis, temos as qualitativas que apenas descrevem sujeitos e situações e as quantitativas que exprimem em valores numéricos.

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