Métodos, Instrumentos e Técnicas de Coleta de Dados

O investigador precisa organizar o material coletado, para isso podem utilizar algumas formas de metodologias de análise de dados. Esses Métodos podem ser Quantitativos ou Qualitativos ou os dois, vai depender da natureza dos dados.

Métodos Quantitativos

Quando precisa-se coletar dados mensuráveis as variáveis, busca-se a veracidade de algum fenômeno. Tem como objetivo compreender a dimensão estatística de determinada questão de estudo. Ele vai analisar a regularidade de um fenômeno com a regularidade que se acontece.

A investigação quantitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e, normalmente, aplica alguma forma de análise estatística (Malhotra, 2006).

O investigador se limita apenas as descrições dos dados coletados, e ignorando aspectos de natureza subjetiva que estejam relacionadas as respostas dos entrevistados.

Se inicia com a definição do problema de pesquisa. Isso se o objeto de estudos demandar evidências quantificáveis para a melhor compreensão.

Utilizamos como instrumentos para esse método; questionários, formulários, entrevistas individuais. Porque é possível quantificar, as respostas dos entrevistados e obter dados, que vão confirmar ou contestar a hipótese inicial da investigação da pesquisa cientifica. Através deles representamos na nossa pesquisa esses procedimentos estatísticos, esquematizados e diretos, na forma de gráficos tabelas, planilhas e etc.

Métodos Qualitativos

Busca-se significados atribuídos aos fatos. Focando no carácter subjetivo analisado, onde a observação é fundamental. Baseados na presença ou ausência de alguma qualidade, característica ou classificação de tipos diferentes de dada propriedade.

O investigador tem como característica interpretar, compreender, interpretar essas informações a partir da pesquisa.

Como instrumentos, também temos o questionários e formulários, porem as perguntas são abertas. Também se utiliza de entrevista, porem as respostas não são objetivas, o propósito é compreender o comportamento de um determinado aspecto qualitativo de uma determinada questão, considerando a parte subjetiva do problema. Analisando os dados que não podem ser mensurados numericamente. São apresentados na forma de relatórios que mostram o ponto de vista dos entrevistados.

Coleta de Dados

Para coleta de dados podemos utilizar os mais diversos tipos de instrumentos nas pesquisas experimentais. Questionários, Formulários, Entrevistas e etc.

Entrevista, é a ação e efeito de entrevistar ou ser entrevistado uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas com um fim determinado. Através dela que registramos tudo o que o entrevistado nos informa.

Existem duas formas de entrevistas;

Entrevista estruturada– São elaboradas as perguntas a um único assunto, onde todas as perguntas estão interligadas a esse assunto principal. Elas estabelecem uma determinada ordem para todos os entrevistados, isso vai facilitar na hora da análise dos dados recolhidos.

Entrevista não estruturada– Trata-se de uma conversa informal, onde o entrevistador coloca as perguntas ao entrevistado e ele fala da forma que ele quiser dentro daquele tema estabelecido. As desvantagens na análise desses dados são mais complexas; muitas informações, muito aberto.

O questionário, segundo Gil A. C. (1999, p.128), pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”. Com esse instrumento conseguimos ter maior exatidão nos dados coletados de uma pesquisa. Medição de todas as variáveis que estão envolvidas na pesquisa.

Segundo Gil A. C. (1999), o questionário pode dispor de três modalidades de questões, ou seja:

Questões fechadas: nelas é apresentado um conjunto de alternativas de resposta, a fim de que o respondente escolha a que melhor revele acerca de seu ponto de vista.  

Questões Abertas: nesta modalidade é apresentada a pergunta ao respondente, de modo a deixá-lo à vontade para expressar suas ideias, sem que haja uma restrição para tal.

Questões relacionadas: representam aquelas que possuem certa dependência com respostas dadas a questões anteriores, se relacionam com as respostas anteriores.

Depois de colhidos todos os dados necessários ao estudo do fenômeno estudado, parte-se para a análise das informações obtidas. Para tanto, conforme Dencker (2000), essa deve ser feita de forma coerente e organizada, com vistas a responder ao problema de pesquisa.

Um mesmo questionário poderá abordar diversos desses pontos. Singularmente importante é o momento de formulação das questões. Gil A. C. (1999) destaca o seguinte:

a) as perguntas devem ser formuladas de maneira clara, concreta e precisa;

 b) deve-se levar em consideração o sistema de preferência do interrogado, bem como o seu nível de informação;

c) a pergunta deve possibilitar uma única interpretação;

d) a pergunta não deve sugerir respostas; e) as perguntas devem referir-se a uma única ideia de cada vez.

Referencias Bibliográficas

GIL, C. A. (1999) Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas

MARCONI, A. M.; LAKATOS, M. E. (1999) Técnicas de pesquisa. 3. Ed. São Paulo: Atlas

MALHOTRA, N. (2006) Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. Ed. Porto Alegre: Bookman

RIBEIRO, E. (2008) A perspectiva da entrevista na investigação qualitativa. In: Evidência, olhares e pesquisas em saberes educacionais. Número 4- Araxá. Centro Universitário do Planalto de Araxá.

Problemas, Hipóteses e Variáveis

Problemas, Hipóteses e Variáveis, são as primeiras fases dos processos de investigação que devemos considerar as opções disponíveis. Aproveitando de recursos com maior objetividade, e focando na necessidade que se queira atender, e quais as fontes de informação foram recorridas, dentro das etapas desses processos, para a decisão que se deva considerar dentro da investigação.

Em educação o problema – é gerado sobre os fenômenos de causas e efeitos, e uma análise aturada das variáveis que lhes estão associadas, tendo em vista a delimitação, compreensão sobre a resposta que veem da situação que deseja alterar através de uma metodologia.

Como Definir um Problema de Pesquisa cientifica

O problema tem que ser empírico, deve ser suscetível de solução, delimitado a uma dimensão viável.

É a primeira fase de concretização de um projeto de investigação.

Formule uma questão de investigação: Considerando, por exemplo, perguntas: Como? O quê? Quando? Porquê?

“É preferível de longe uma resposta aproximada, à uma pergunta certa que por vezes é vaga, do que uma resposta exacta à pergunta errada, que pode tornar-se sempre precisa” (in Pinto, 1990).

Revisão Bibliográfica

  Nessa fase se torna importante reunir informações que se já se conhece sobre o assunto sobre o problema levantado.

Hipóteses – São suposições que serão averiguadas. Precisam responder o problema da pesquisa. Devem seguir alguns princípios;

  • Devem ser testáveis
  • Devem se enquadra em hipóteses existentes na mesma área
  • Devem ser justificáveis e relevantes para o problema de estudo
  • Devem ter clareza lógica e de parcimônia
  • Devem ser susceptíveis de quantificação (McGuigan,1976)
  • Devem reunir generalidade explicativa (McGuigan,1976)

Classificação das hipóteses

Podemos dividir no processo da sua formulação:

  • Dedutivas: Comprovar deduções implícitas das mesmas teorias
  • Indutivas:Surgem de observações, ou reflexões sobre a realidade

E dividir em um nível de concretização

  • Conceituais: estabelecem relação entre variaveis ou de uma teoria ou mais;
  • Operativas: Indicam os processos necessários para a sua observação;
  • Estatísticas: relação em termos quantitativos
    • hipótese nula: proveniente de diferentes condições, grupos e não se relacionam, não se associam, não se diferenciam, no ponto de vista estatístico
    • hipótese alternativa: alternativa a outro fenômeno

Aceitação e Rejeição das hipóteses

Variáveis – Elas correspondem aos aspectos aos valores que podem do variar dependendo dos casos particulares concretos e circunstâncias. Na educação estam associados a dois modelos tradicionais de investigação:

experimental : baseado em um meio, organismo,condições na sua capacidade explicativa

correlacional: quantificar e relacionar, mais descritiva que explicativa.

  • Variáveis na Investigação
  • Parâmetros de medida das variáveis
  • Natureza da medida das variáveis
  • Escala de medida das variáveis
  • As variáveis no quadro dos modelos de investigação

Referência Bibliográfica

Almeida S. L., & Freire T.(2007), -Cap.2- p 35-72-Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação- Psiquilibrios – https://www.mendeley.com/viewer/?fileId=3f84ec34-8e98-d23f-59df-ef34cf63a46b&documentId=e9344e72-ca37-3680-8ad5-94c18d9214f5

McGuigan, F. M. (1976). Psicologia experimental: Uma abordagem metodológica. São Paulo: EPU

Paradigmas da Investigação Científica

Conceito de Paradigma por (Thomas Kuhn, 1962)

É o conjunto de crenças, valores, técnicas partilhadas pelos membros de uma dada comunidade cientifica. 

 Estabelece como Imagem básica de um objeto de uma ciência, e define o que se deve estudar, as perguntas que são necessárias responder, os problemas que se devem estudar e quais regras devem seguir para interpretar as respostas que se obtém; considera os paradigmas como realizações cientificas universalmente reconhecidas que durante certo tempo, proporcionam modelos de problemas e soluções a uma comunidade cientifica. (Khun, 1986:13)

Entende-se por paradigmas, o conjunto de princípios, teorias, estratégias metódicas e resultados cruciais que servem de modelo ou quadro orientador as pesquisas produzidas na sua área.(Silva e Pinto, 1986)

El paradigma diferencia una comunidade cientifica de outra, ya que comparten por consenso teorias y métodos que se consideran legítimos, así como los critérios para enjuiciar la validez de las soluciones propuestas. (González, A. 2003)

Conceito de paradigma (do grego parádeigma, atos)

  • Algo que serve de exemplo de modelo ou padrão
  • Conjunto das formas que servem de modelo de derivação ou flexão.
  • Conjunto dos termos ou elementos que podem ocorrer na mesma posição ou contexto de uma estrutura.

PERSPECTIVAS (Lincoln & Guba, 1985)

Científica (Abordagem empírico- racionalista) – O objetivo é aumentar o conhecimento- Sistemático, mensurável, comprovável, repetível) – Ênfase : explicação dos fenômenos,factos observáveis, medição objetiva, controle de variáveis, contrastação empírica de resultados, racionalidade, objectividade.

Humanista/Naturalista (Abordagem naturalista) – O objetivo é a compreensão dos fenômenos ( conclusões válidas para os contextos estudados)- Ênfase: interpretação do real, representações dos indivíduos, linguagem, semântica, natureza subjectiva da realidade, ponto de vista do ator, indivíduo ativo na construção do real.

Tentativa de compreender os processos , compreender quem, o quê, porquê, como, etc.

PERSPECTIVAS (Walliman, 2011)

Positivismo

  • Para se conhecer um determinado fenômeno, deve ser possível observar-lo.
  • Baseado no método científico.
  • O conhecimento é passivel de comprovação
  • O observador deve manter-se neutro

Relativismo

  • Baseado no paradigma naturalístico
  • Os fatos são interpretações humanas da realidade, podem variar com o tempo ou serem percebidos de forma diferente por diferentes grupos, culturas…

Investigação Cientifica Educacional

Podemos destacar dentro da Investigação Cientifica Educacional, três paradigmas: 

    Positivista– de caráter racionalista, quantitativo 

    Interpretativo– qualitativo, através de um processo investigativo

    Crítico– Criticar, e identificar o potencial para a mudança.

PRESSUPOSTOS /QUESTÕES -CHAVES

Ontológicos

Qual a natureza da realidade? Qual a natureza dos fenômenos educativos? Existe em factos ou em pensamento? É externa ao sujeito ou é algo criado interiormente?

Epistemológicos

Que tipo de evidência procuramos? Como adquirimos o conhecimento? Postura externa, baseada na objetividade do conhecimento, ou postura de experiencia compartilhada com os sujeitos implicados (conhecimento subjetivo)? Qual a relação do investigador com os indivíduos estudados? E a sua relação com os objetos de estudo?

Metodológicos

Como apreendemos o mundo( os fenômenos) e avançamos no seu conhecimento? Que métodos utilizar?

Referencia Bibliografica

González M., A.,(2003)- Los paradigmas de Investigación en las ciencias sociales. En: ISLAS- vol.45, nº 138

Lukas, J. F.& Santiago, K.,(2009) – Naturaleza de la investigación y evaluación en educación – Edição da Alianza Editorial-Madrid

Creswell, John W. (2007)– Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto- 2ed. –Porto Alegre-Artmed 248p- ISBN 978-85-363-0892-0 

Meus conhecimentos sobre Investigação científica em Educação

Conhecimentos científicos

O termo científico devemos primeiramente falar sobre o significado de ciência. Palavra do latim scientia. Referência a qualquer conhecimento ou prática sistemático, metódico, conhecimento rigoroso… 

Podemos definir ciência por “conjunto organizado de conhecimentos sobre a realidade, e obtidos mediante o método científico”(Bravo, 1985). A ciência tem como papel principal definir o modo dos conhecimentos de forma rigorosa. Assim sendo suas funções são compreender, explicar, predizer em torno de problemas de origem práticas ou teóricas.

O conhecimento científico surgiu da necessidade de racionalizar o conhecimento com o propósito de fundamentar as verdades, através de premissas que fossem objetivas e confiáveis. Referindo-se as questões empíricas ou teóricas, e não a dados fictícios. 

Devemos levar em consideração algumas das características do conhecimento científico, características de racionalidade e objectividade, que são obtidos através do método científico:

Objetivo: descreve a realidade como ela é ou pode ser, mesmo que falível e apenas temporariamente correcto, mas nunca como gostaríamos que fosse;

Empírico: fatos que são baseados na experiência vivida e presenciadas;

Racional: Baseado na razão e na lógica do que a intuição;

 Replicável: baseado na replicação de resultados;

Sistemático: Organização do conhecimento, ordenado, consistente e coerente e seus elementos se integram em um sistema mais amplo;

Metódico: Procedimentos e estratégias mediante a planos metodológicos rigorosos;

Comunicável: Conhecimento claro e preciso na sua significação, e reconhecido pela comunidade científica;

Analítico: Caracterizado por meios de análise, baseado no conhecimento crítico, profundo, extensivo;

Cumulativo: Baseado no conhecimento acumulado com passar do tempo, que foi construído através de conhecimentos anteriores;

(Freire T., Almeida L., pp. 22)

A investigação cientifica

É o método científico que se refere a procedimentos pelos quais se busca o conhecimento científico, na busca de um novo conhecimento ou uma correção, ou evolução de incidência de conhecimentos existentes ou anteriores.  Que busca em sua maior parte utilizar métodos através de evidências empíricas, baseadas em observação sistemática e controlada. Analisados pelo uso da lógica.

Os objetivos da investigação

Os objetivos de uma investigação têm a intenção de esclarecer aquilo que o investigador pretende desenvolver. Nortear, direcionar suas especifidades, através de descrição, investigação, identificação e relação de fenômenos, recolhimento de dados, comparações, diferenciação de proporções, estimativas, associações, variação de valores e etc.

Tais objetivos podem ser apresentados de uma forma mais descritiva ou mais explicativa (Arnal et al., 1992, pp. 98-9).