Como Delinear um Levantamento de Dados?

O levantamento de dados é uma etapa crucial para o desenvolvimento de uma investigação científica e pode ocorrer em várias fases. Gil (2007) aponta que essas fases podem ser definidas na sequência: especificação dos objetivos; operacionalização dos conceitos e variáveis; elaboração do instrumento de coleta de dados; pré-teste do instrumento; seleção da amostra; coleta e verificação de dados; análise e interpretação dos dados e; apresentados dos resultados.

A imagem abaixo ilustra essas fases que auxiliam no delineamento do levantamento de dados, destacando a fase de elaboração do instrumento de coleta de dados com regras práticas para formulação de questionário.

Referência.

Gil, A.C. (2007). Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas.

Reflexão Crítica Individual

A Unidade Curricular de Metodologia de Investigação I foi apresentada com objetivo de desenvolver as competências necessárias para o desenvolvimento de investigação científica. A UC foi organizada em três módulos, sendo: (1) Natureza e características da investigação científica; (2) Paradigmas da investigação em educação; (3) Métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados.

Para atingir os objetivos propostos foram realizadas sessões síncronas semanais, compartilhamento de orientações e materiais de consulta e referência por meio do moodle da Universidade de Lisboa e por google drive. Foram propostas atividades individuais, com destaque para a construção e manutenção de um e-portefólio na forma de blogue, e um trabalho em grupo.

Considero esta unidade curricular fundamental para construção de projetos de investigação científica de qualidade, desde a formulação adequada do problema, passando pela escolha consciente do método, coleta e analise de dados, conclusões, até a redação final da documentação para registro e compartilhamento.

Pontos positivos:  

As sessões síncronas semanais para a exposição e provocação inicial do professor, abordando os tópicos mais relevantes de cada módulo, permitindo: a retirada das dúvidas dos alunos; a troca de conhecimentos e experiências entre os participantes; os esclarecimentos quanto ao processo de avaliação; além de ser uma forma de aproximação e de conhecer o professor e os colegas, construindo relações de amizade, respeito e admiração. As sessões síncronas gravadas permitiram que o conteúdo e informações de cada sessão fossem acessados pelos alunos que não puderam participar ao vivo e, ainda,  serem revistas pelos que estiveram presentes.  

Na prática didática, o uso constante de exemplos práticos pelo professor nas sessões síncronas contribuiu diretamente para esclarecer dúvidas, reforçar conceitos, entender etapas, aplicar métodos, selecionar instrumentos, entre outros.

O uso de recursos externos além da plataforma moodle da ulisboa, como adotar as sessões síncronas pelo colibri e o compartilhamento de documentos pelo google drive, foi uma boa estratégia que permitiu seguir com as atividades mesmo quando o moodle ficou mais de uma semana instável ou indisponível.

Ao longo do trimestre tive a oportunidade de conhecer, experimentar e aplicar novas ferramentas digitais, como: cmap; xmind; h5p; webnode e wordpress que utilizamos para a construção do blogue.

Nas atividades desenvolvidas destaco a criação, desenvolvimento e manutenção do e-Portefólio pessoal de aprendizagem tomando como ponto de partida os diferentes temas abordados na unidade curricular relacionados com as metodologias de investigação científica. O e-portefólio foi colocado como trabalho individual de registrar e compartilhar os conhecimentos periódicos adquiridos relativos a conceitos, ideias, métodos, instrumentos e demais informações que consideramos relevantes em cada módulo. Registro que esta foi a primeira vez que usei uma ferramenta tipo “blogue” e mais interessante foi desenvolver em conjunto com os colegas da turma, podendo compartilhar e aprender com as postagens de todos.

Sugestão:

O mapa conceitual sobre projeto de investigação, demonstrado abaixo e que está na página inicial da UC no moodle, ilustra perfeitamente as etapas do processo de desenvolvimento da investigação, o que precisamos conhecer, aplicar e fazer para termos como resultado o projeto de investigação. De tudo que li e pesquisei foi esta a forma mais didática que encontrei para entender o processo num todo e também conhecer suas partes. Assim, para melhorar ainda mais o entendimento dos alunos sobre o que é necessário aprender para a construção do projeto de investigação acredito que o conteúdo da UC poderia ser estar mais alinhado ao esquema proposto, quanto à sequência, etapas e priorização.  Ou seja, o que é o mais importante para construirmos o projeto, uma vez que o tempo é curto para discussão filosófica e conceitual mais profunda?

Mapa Conceitual: Projeto de Investigação
Fonte: https://ead.ulisboa.pt/course/view.php?id=281

As principais etapas do projeto poderiam ser, também, pontos de entrega de avaliação, para orientar  a inserção de conteúdo do blogue, com datas preliminares e feedbacks pelo professor.

Acredito que uma ótima forma de aplicação prática do conteúdo de metodologia de investigação seria em atividades focadas no tema que o aluno deseja investigar para o seu projeto ou dissertação de conclusão do mestrado. Mesmo que seja apenas a intenção e que o aluno possa vir a mudar penso que seria um ótimo exercício para aprender fazendo. Por exemplo, no início do trimestre o aluno define o tema geral. Quando for abordado o tópico “Problema” o aluno formula o problema da sua investigação e o resultado poderá ser postado no seu espaço no blogue. E assim, ocorrer também para outras etapas, como: formulação de questões, hipóteses, definição da metodologia e coleta de dados.

Poderia, assim, adotar datas intermediárias (poderia ser a cada módulo) para as postagens no blogue e dar feedback com avaliação preliminar para que os alunos possam distribuir as atividades ao longo do trimestre, enxergar seu crescimento avaliativo e não ter apenas uma devolutiva ao final.

Conclusão:

Embora não tenha ainda finalizado todas as atividades da unidade curricular de metodologia de investigação I (falta concluir o trabalho em grupo) chego a este momento com o entendimento claro da importância de aplicar metodologia e construir um projeto de investigação cientifica de fato. O planejamento da UC, a organização do conteúdo, a didática praticada, as atividades desenvolvidas e os recursos utilizados permitiram-me desenvolver as competências requeridas. Posso dizer que hoje: compreendo a natureza da investigação científica, identifico etapas e componentes do processo e critérios de qualidade; consigo formular problema, questões, objetivos de investigação e hipóteses; conheço e diferencio os paradigmas de investigação;  compreendo os diferentes métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados empíricos, sua construção, aplicação e análise; compreendo como deve ocorrer a comunicação e divulgação de resultados para a comunidade cientifica; possuo maior compromisso com a aplicação dos valores éticos na construção dos meus trabalhos acadêmicos e dos futuros projetos de investigação cientifica.

Finalizo com um agradecimento aos meus colegas de turma, aos amigos da equipa que estão comigo na produção do trabalho em grupo, ao professor Fernando pela condução da UC e ao instituto de educação e Universidade de Lisboa pela oportunidade de realizar este Mestrado em Educação e Tecnologias Digitais.  

Como Esquematizar uma Investigação?

A elaboração de um projeto de investigação é feita mediante a consideração das etapas para sistematizar seu desenvolvimento. Não há regras fixas que definem obrigatoriamente as etapas, nem mesmo a ordem destas, mas pode ser determinada pelo tipo de problema a ser investigado e pelo seu autor. É necessário que o projeto defina como se processará a investigação, quais suas etapas e recursos necessários para atingir seus objetivos. Assim, a elaboração do projeto depende de inúmeros fatores, mas consideramos que o primeiro talvez seja o mais importante: é definir a natureza do problema. Apresentamos a seguir um fluxograma, com base na proposta de Gil (2007), que esquematiza as etapas para desenvolvimento de um projeto de investigação cientifica.

Fonte: Adaptado de Gil (2007)

Referência 

Gil, A.C. (2007). Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas.

Ética na Investigação Científica.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=FEASxRw2Gb0

A publicação científica feita de forma eticamente correta tem relação com a credibilidade e com a própria reputação do autor da pesquisa. Na pesquisa científica, ética é um conjunto de práticas adotadas pela comunidade cientifica.

São princípios éticos da comunidade cientifica:

Primazia: quem publica o primeiro artigo sobre o tema, tem o crédito da descoberta (ou da invenção)

Avanço do conhecimento: todo artigo científico deve conter um resultado inédito e relevante para a Ciência

Reprodutibilidade: todo experimento publicado deve ser replicável por outrem

Para orientar a comunidade científica da área de educação a Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação – SPCE publicou em setembro de 2014 a Carta Ética contendo os princípios e as orientações formais referentes ao compromisso ético dos seus membros. Estabelece como deve ocorrer a relação com os participantes da investigação, quanto ao: consentimento informado; direito a privacidade e confidencialidade dos dados dos participantes; a divulgação da informação; desistência de participação; benefícios e respeito à integridade. Na relação com a comunidade de investigadores deve-se: respeitar a autoria e coautoria e a prática de revisão de pares e; seguir as diretrizes da comunidade cientifica para a publicação. Ainda aponta orientações para: a relação com os estudantes e os profissionais da educação; a relação com os promotores e colaboradores da investigação e; a relação com as comunidades e com a sociedade (SPCE, 2014).

No âmbito da Universidade de Lisboa o Código de Conduta e de Boas Práticas estabelece norteia os membros da comunidade acadêmica quantos aos princípios éticos, requerendo a estes a “observância individual de padrões de ética, justiça e igualdade de oportunidades, integrando estes valores na vida académica e na atividade profissional desenvolvida na Universidade e nas suas unidades orgânicas, bem como nas relações da Universidade com a sociedade”.

O documento estabelece os deveres gerais para estudantes, docentes, investigadores, trabalhadores não docentes e não investigadores, bem como os princípios de conduta e boas práticas e as implicações disciplinares quando da violação dos deveres estabelecidos no Código (Universidade de Lisboa, 2015).

Sugestão de leitura:

Para contribuir com a discussão sobre este assunto compartilho artigo da professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo, Marisa Russo, que mostra que as questões sobre ética e integridade na pesquisa devem ser abordadas a partir da discussão sobre a responsabilidade do  cientista e também da responsabilidade coletiva. O artigo mostra como poderíamos tentar responder a três questões iniciais: (1) Somos menos éticos e menos íntegros que nossos antepassados?; (2) Que valores estão acoplados ao trabalho e à publicação científica hoje?; (3) Vigiar, punir, prevenir ou transformar? Onde estamos e para onde queremos ir?

Plágio e Infrações Éticas.

Plágio: talvez seja este um dos desvios éticos mais comuns no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos.

O plágio é uma violação dos direitos autorais do outrem. Está fazendo plágio acadêmico o aluno que retira, seja de um livro ou da internet, ideias, conceitos ou frases de outro autor que as formulou e publicou, sem lhe dar o devido crédito, sem citá-lo como fonte de pesquisa.

Na academia, o plágio pode ser apresentado de três formas distintas:

  1. Integral: cópia integral de um trabalho, sem citar a fonte;
  2. Parcial: cópia resultante da seleção e de parágrafos ou frase de um ou diversos autores, sem menção às obras;
  3. Conceitual: utilização da essência da obra do autor sem menção à obra consultada.

No Brasil, a Lei n 9.610 de 1998 regulamenta os direitos autorais, especifica que materiais são protegidos e quais as penalidades para a reprodução não autorizada.

Referências:

Kleina, C. & Rodrigues, K. S. B. (2014). Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico. 1. Ed. Curitiba, PR: Iesde Brasil.

Russo, M. (2014). Ética e Integridade na Ciência: da Responsabilidade do Cientista à Responsabilidade Coletiva. Revista Estudos Avançados. USP. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/79692/83694. Acessado em 22 de dez. 2019.

SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da educação (2014). Carta Ética: Instrumento de regulação ético-Deontológico. Disponível em: http://www.spce.org.pt/PDF/CARTAETICA.pdf. Acessado em 23 de dez. 2019.

Universidade de Lisboa (2015). Código de Conduta e de Boas Práticas. Universidade de Lisboa. Disponível em: https://www.ulisboa.pt/documento/codigo-de-conduta-e-de-boas-praticas-da-universidade-de-lisboa. Acessado em 23 de dez. de 2019.

Como Formular um Problema de Investigação?

Problema: “Questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento.”

Entre os significados do Dicionário Aurélio para a palavra problema entendo que este acima apresentado é o que mais caracteriza o problema de investigação.

Para uma boa pesquisa cientifica é necessário que o problema seja formulado de maneira adequada, pois este define as soluções que deverão ser buscadas. É o problema quem impulsiona o trabalho da investigação. Em geral, depois de definido o tema da investigação, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada por meio do trabalho de investigação (Kleina e Rodrigues, 2014).

Nem todo problema é passível de tratamento cientifico. Assim, para se realizar uma investigação cientifica é necessário verificar se o problema apontado se enquadra na categoria científico. Para Kelinger (1980, citado por Gil, 2007), um dos mais respeitados autores no campo da metodologia das ciências sociais, a maneira prática para entender o que é u problema cientifico consiste em considerar primeiramente aquilo que não é.

Por exemplo: “Qual a melhor metodologia de ensino?”; “É bom adotar jogos e simulações como técnicas didáticas?”; “Os pais devem dar palmadas nos filhos?”. Estes não são problemas científicos, são problemas de valor, como todos aqueles que questionam se uma coisa é boa, má, desejável, certa, errada ou se é melhor ou pior, ou se algo deve ou deveria ser ou não feito. Pode-se dizer que um problema é de natureza cientifica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis, que são suscetíveis de observação e manipulação (Gil, 2007).

Baseado na experiência acumulada dos pesquisadores Gil (2007) apresenta regras práticas para a formulação de problemas científicos.

  1. Avaliado quanto ao grau de complexidade da questão.
  2. Formulado como uma pergunta.
  3. Claro e Preciso.
  4. Empírico.
  5. Suscetível de solução.
  6. Delimitado a uma dimensão viável.

Além disso, algumas condições auxiliam na formulação do problema, como: imersão sistemática no objeto; estudo da literatura existente e; discussão com pessoas que acumulam muita experiência prática no campo de estudo.

Referências.

Gil, A.C. (2007). Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas.

Kleina, C. & Rodrigues, K. S. B. (2014). Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico. 1. Ed. Curitiba, PR: Iesde Brasil.

Paradigmas de Investigação Científica

Paradigma de investigação é, para Coutinho (2011, p.9), “um compromisso implícito de uma comunidade de investigadores com um quadro teórico e metodológico preciso, e, consequentemente, uma partilha de experiências e uma concordância quanto à natureza da investigação e à concepção”.

Thomas Kuhn definiu o termo como um conjunto de crenças, valores, técnicas partilhadas pelos membros de uma dada comunidade científica e, em segundo, como um modelo para o “que” e para o “como” investigar num dado e definido contexto histórico-social. Kuhn defende que há forte apego a determinado paradigma e estes se mantêm em situações normais ou estáveis. Mas, nos momentos de crise que surgem anomalias que incidem sobre suas áreas vitais, provocando circunstância para considerar a substituição do próprio paradigma, ou seja, são nos momentos de crise que são propostas novas alternativas de paradigmas (Kuhn, 1998). Para ilustrar, segue abaixo o mapa conceitual da filosofia de Thomas Kuhn.

O paradigma inscreve-se na investigação como um esquema fundamental que orienta ao investigador com o delineamento de uma estrutura para o seu estudo, como um conjunto articulado de postulados, valores, teorias e regras aceites pelo próprio e pelos demais elementos da sua comunidade científica. Depende: das concepções e experiência do investigador; da estratégia de investigação adotada; dos planos e procedimentos de pesquisa; dos métodos de recolha e análise de dados; da natureza do problema e do público ao qual se destina, contribuindo para a definição da metodologia a utilizar. Por um lado, unifica e legitima conceitos, teorias e metodologias, por outro, sustenta critérios de recolha, interpretação e validação dos dados (Marco Romão, 2013).

O paradigma cumpre dois papéis centrais na investigação científica: a unificação de conceitos, uma identidade comum com questões teóricas e metodológicas e; a legitimação entre os investigadores. Atualmente, é defendida a existência de três grandes paradigmas na investigação em ciências sociais e humanas: o paradigma positivista ou quantitativo; o interpretativo ou qualitativo e; o paradigma sociocrítico ou hermenêutico (Coutinho, 2011). O quadro a seguir mostra as características de cada paradigma.

Fonte: Adaptado de Coutinho (2011, p. 21).

Penso que o educador que está iniciando em processo investigação ainda não tenha muito claro qual paradigma pode ser o mais condizente com sua prática. Porém já é possível perceber tendências que podem ser incorporadas na sua linha de pensamento, considerando o que há de mais significativo em cada um desses paradigmas.

Referências.

COUTINHO, Clara. Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina, 2011.

KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. Tradução de Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

Ciência, Conhecimento e Investigação Científica.

Fonte: https://umsabadoqualquer.com/941-einstein-8/

“Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas!”

Procurei uma frase para servir de introdução à metodologia de investigação científica e encontrei esta de Albert Ainstein traduz, de forma direta, sucinta e perfeita, o que pesquisei em várias referências bibliográficas sobre o assunto.

Uma pergunta, uma dúvida ou um questionamento é sempre o que provoca ou dá a partida para uma pesquisa científica. Buscar respostas e soluções para as demandas da sociedade é o que caracteriza a ciência.

Nesta linha, o conhecimento do senso comum, ou conhecimento empírico, é a base para o conhecimento científico. Para Kleina e Rodrigues (2014), o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, se deu a partir da autonomia da ciência com a revolução científica do século XVII no momento que esta busca seu próprio método.

Já o conhecimento de senso comum é passado de geração para geração de forma natural, não sistematizada e sem método. É um conhecimento desprovido de fundamentação teórica e sem o compromisso com comprovações. Os pesquisadores começam a questionar sobre o porquê dos fenômenos, como estes acontecem, tendo como base o conhecimento de senso comum e assim inicia-se o processo de investigação científica. Em resumo, o conhecimento científico é sistemático, metódico, comprovável e falível, pois é constante a evolução da ciência (Kleina e Rodrigues, 2014).

Ciência pode ser definida como um conjunto organizado de conhecimentos sobre a realidade e obtidos mediante o método científico (Bravo, 1985, citado por Almeida e Freire, 2003). Para Arnal et al. (1992) ciência é definida por um modo de conhecimento rigoroso, metódico e sistemático que otimiza a informação disponível em torno de problemas de origem teórica e/ou prática, onde o principal objetivo é compreender, explicar, predicar e controlar os fenômenos (Arnal et al. 1992, citado por Almeida e Freire, 2003).  

A metodologia de investigação aborda uma série de elementos que proporcionam ao investigador (estudante, pesquisador, cientista, etc) refletir sobre os problemas da investigação no que se referem aos seus aspectos epistemológicos, metodológicos, técnicos e éticos, em especial com a articulação entre o campo teórico e empírico.

Referências:

Almeida, L.S & Freire, T. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Braga: Psiquilibrios.

Kleina, C. & Rodrigues, K. S. B. (2014). Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico. 1. Ed. Curitiba, PR: Iesde Brasil.

Boa vindas!

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Fonte: https://kdfrases.com/frase/111142

Olá,

Como novo aprendizado proporcionado pelo curso de Mestrado em Educação e Tecnologias Digitais, do Instituto de Educação, da Universidade de Lisboa, terei aqui o desafio de participar da construção do blogue, lançado como atividade da Unidade Curricular de Metodologia de Investigação I, em que o tema principal é a “Investigação Cientifica”, em particular a metodologia da investigação aplicada à educação e tecnologias.

Meu objetivo principal é organizar, construir e compartilhar conhecimento resultado de meus estudos e da troca de informações e experiências com os colegas para: entender a diferença entre ciência, conhecimento e investigação científica; compreender a natureza, as características e tipos de investigação científica; discutir os paradigmas envolvidos, seus pressupostos, perspectivas e as questões éticas relacionadas; conhecer e descrever as fases de uma investigação científica, da formulação do problema a coleta e análise de dados; entre outros temas e tópicos sobre investigação científica que descobriremos ao longo desta caminhada.

Organizarei o material deste espaço em tópicos, usando como recursos textos compilados, esquemas, imagens, vídeos e mapas conceituais como o que apresento a seguir, que mostra o esquema geral dos tópicos que inicialmente considero mais relevantes sobre a investigação científica que irão me norteiam na construção deste espaço.    

Descrição: C:\Users\User\Documents\1_MESTRADO ULISBOA 19_20\UC_4_Metodologia de investigação 1\Blogue MI 2019\MC_Met Investig_01.jpg
Fonte: Autoria própria.