Métodos, Instrumentos e Técnicas de Recolha de Dados

Em relação aos métodos e técnicas de investigação existem várias definições.

Segundo Madeleine Grawitz (1993, p.193), “define métodos como um conjunto concertado de operações que são realizadas para atingir um ou mais objetivos, um corpo de princípios que presidem a toda a investigação organizada, um conjunto de normas que permitem selecionar e coordenar as técnicas.”

A técnicas são procedimentos operatórios rigorosos, bem definidos, transmissíveis, suscetíveis de serem novamente aplicadas nas mesmas condições, adaptados ao tipo de problema e aos fenómenos em causa.” (Carmo & Ferreira, 2008, p.193)

As técnicas e os instrumentos de recolha de dados utilizados são elementos essenciais uma vez que deles dependem, em parte a qualidade e o êxito da investigação.

As técnicas de recolha de dados utilizadas na metodologia qualitativa, são as seguintes:

 técnicas diretas ou interativas e técnicas indiretas ou não-interativas, segundo Colás, sintetiza as técnicas mais utilizadas no seguinte quadro3. (Aires, 2015, p. 24)

Técnicas diretas

A observação

 “ .. consiste na recolha de informação, de modo sistemático, através do contacto direto com situações específicas” (Aires, 2015, p.25)

“Na observação participante, o investigador é o instrumento central da observação.

Para Denzin (1989, p.42), a observação participante é uma “tentativa de tornar significativo o mundo que está a ser estudado na perspetiva dos que estão a ser observados”, o que implica que o investigador assuma, em simultâneo, o papel de “participante” nos cenários e atividades/ações que pretende estudar e de “observador”, o que requer uma boa capacidade de distanciamento que lhe permita registar de forma rigorosa e o mais objetiva possível aquilo que observa.” (Morgado, 2012, p. 89)

A entrevista

“A entrevista é uma das técnicas mais comuns e importantes no estudo e compreensão do ser humano. Adota uma grande variedade de usos e uma grande multiplicidade de formas que vão da mais comum (a entrevista individual falada) à entrevista de grupo, ou mesmo às entrevistas mediatizadas pelo correio, telefone ou computador (Fontana & Frey, 1994).” (Aires, 2015, p.25)  

“Segundo Bisquerra (1989, p. 103) define a entrevista como sendo “uma conversação entre duas pessoas, iniciada pelo entrevistador, com o propósito específico de obter informação relevante para uma investigação.” (Morgado, 2012, p.72)

Tipos de entrevista

Existem diferentes tipos de entrevistas que, segundo Bogdan e Biklen (1994), variam com o seu grau de estruturação, entrevistas estruturadas e não estruturadas.

As entrevistas estruturadas caraterizam-se por seguirem integralmente um roteiro preestabelecido e reservando para o investigador o papel de mero compilador de dados e de criar um ambiente propício para que os entrevistados respondam apenas às questões que são colocadas.

No caso das entrevistas não estruturadas, o processo de recolha é mais dinâmico, flexível e aberto que o anterior. Por norma, o entrevistador convida o sujeito a falar sobre uma área de interesse e ao longo da conversação, explora-a mais aprofundadamente, retomando, sempre que se revele oportuno e pertinente, os tópicos e os temas que o respondente iniciou (Bogdan & Biken, 1994). Também designadas por entrevistas em profundidade.

A entrevista em grupo ou (focus group), realizada com a finalidade de discutir um tópico, um tema ou uma situação específica, por um grupo de pessoas convidadas para o efeito.” (Morgado, 2012, p.71-76)

Referências Bibliográficas:

Aires,L.(2015). Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional. Lisboa: Universidade Aberta.

Carmo,H. e Ferreira,M.(2008). Metodologia da Investigação: guia para auto-aprendizagem. 2ª. edição. Lisboa: Universidade Aberta.

Morgado,J. C. (2012).O estudo de caso na investigação em educação: Santo Tirso Portugal: De Facto Editores.