A linguagem cientifica, enquanto linguagem humana, é uma representação social dos saberes que permeiam o imaginário coletivo e este saber é, de alguma forma, integrado aos saberes do senso comum, principalmente na atualidade, em que a realidade é marcada pelo super acesso a informação.

Moscovici (2015 como citado em do Nascimento, 2017, p.436) chama esta realidade de produção psicossocial do conhecimento, onde a interação entre pesquisadores, sujeitos e objetos de pesquisa, familiariza o saber científico, fator que o carrega de qualidades humanas, sendo então a investigação quantitativa, forma insuficiente de observação da realidade.

Dentro desta perspectiva, formulou-se formas distintas de observar a realidade no campo das ciências exatas, ou ciências da natureza, e no campo das ciências humanas: são os paradigmas de investigação. Segundo Coutinho (2011) um paradigma é a maneira como uma determinada comunidade científica se coloca diante de seus problemas, isto se relaciona com um conjunto de pressupostos e regras que determinam a forma de recolher e tratar os dados.

Há ainda uma distinção entre pressupostos ontológicos, epistemológicos e metodológicos:

– Ontológico: como entendemos a natureza da realidade e dos fenômenos que vamos estudar.

– Epistemológico: o conhecimento que vamos indagar, como adquirimos esse conhecimento? O conhecimento é objetivo ou subjetivo? Qual a relação do investigador com o objeto de estudo?

– Metodológico: Como nós apreendemos os fenômenos, como avançamos no conhecimento sobre um fenômeno.

Paradigma positivista
De caráter quantitativo, empírico-analítico e racionalista. Com sua lógica convencional, serve melhor às necessidades das ciências naturais, por procurar estabelecer leis, prever e controlar fenômenos, a partir de uma medição objetiva, controle de variáveis e lógica dedutiva. Seu maior propósito é o aumento do conhecimento e a explicação de fenômenos

Paradigma relativista
Interpretativo, qualitativo, naturalista ou construtivista, visa a compreensão dos fenômenos e serve melhor às necessidades das ciências humanas e sociais. Aqui os fatos são interpretações humanas da realidade, que podem ser percebidos de forma diferentes no espaço e no tempo, através de uma lógica flexível que se molda a necessidade da investigação no transcorrer do processo. A rigidez do método racionalista não cabe em meio a fenômenos humanos, caracterizados por sua inconsistência e complexidade. Seu maior propósito é compreender os fenômenos.

Referências:

Coutinho, C. (2011). Paradigmas, metodologias e métodos de investigação. Metodologias de Investigação em Ciências Sociais e Humanas, 9-41.

do Nascimento, A. C. S. (2017). Metodologias de Pesquisa em Ciências Humanas Sociais–Percurso Epistemológico da Pesquisa Qualitativa.

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