REDES SOCIAIS PARA CIENTISTAS
Ana Sanchez
António Granado
Joana Lobo Antunes
ISBN: 978-989-20-5419-3

Com o avanço das tecnologias da informação, existe a necessidade para a visibilidade dos investigadores para que sejam facilmente encontrados online. Estas mesmas ferramentas sociais também contribuem para a promoção das atividades e também na divulgação dos trabalhos destes pesquisadores.

Existe uma preocupação em como os pesquisadores/investigadores devem cuidar da sua reputação na WEB, como objetivo para esta proposta podemos citar alguns pontos:

  1. Ser contactável por qualquer pessoa
  2. Construir a sua própria identidade
  3. Organizar a sua informação pessoal
  4. Evitar confusões ou mal-entendidos
  5. Aumentar a sua comunidade
  6. Expandir a sua marca

Para iniciar a exposição do investigador na WEB, podemos seguir este pequeno tutorial proposto pelo autor;

Primeiros passos

  1. Pesquise o seu nome no Google
    a. Inclua na pesquisa as Google Images
    b. Abra uma conta Google
    c. Crie um Google Alert em seu nome
  2. Construa uma página pessoal
    a. Prepare uma biografia curta e inclua link para o seu CV
    b. Faça a página na sua instituição (ou/e)
    c. Crie uma página própria em aboutme.com (ou/e)
    d. Crie a página num domínio próprio
  3. Junte-se às redes sociais que fizerem sentido para si
    a. Facebook, Twitter , LinkedIn, Google+
    b. Google Scholar, Research Gate, Academia.edu
    c. Instagram, Pinterest, outras
  4. Optimize a sua presença
    a. Preencha os perfis ou páginas (incluindo foto)
    b. Arranje um URL diferenciado, se possível
    c. Ligue os perfis/páginas/contas uns aos outros
  5. Assuma que nada é privado
    a. Tome atenção ao que escreve
    b. Se é mesmo privado, não o partilhe
    c. Tome consciência da sua imagem na Web

Estes dados demonstram o alcance de cada rede social por minuto:
Facebook – 3,3 milhões de posts
Twitter – 350 mil tweets
YouTube – 100 horas de vídeo
Instagram – 38 mil fotos
LinkedIn – 120 novas contas

No campo da comunicação da ciência, estas redes são importantíssimas na difusão da informação proveniente de investigadores e de instituições, facilitando a sua disseminação a um público muito vasto. Muitas organizações possuem regras para a utilização das redes sociais por parte dos seus empregados, uma forma de afinar o tipo de conteúdos partilhados nessas plataforma. Podemos citar doze razões para os cientistas usarem as redes sociais para expandir seu networking:

  1. Ferramenta de aprendizagem
  2. Ferramenta de ensino
  3. Ferramenta para conferências
  4. Ferramenta de partilha de perfis
  5. Ferramenta de disseminação da investigação
  6. Ferramenta de colaboração
  7. Lugar para se manter actualizado sobre a sua área de conhecimento
  8. Lugar para colocar questões
  9. Lugar para discussões e partilha
  10. Lugar para controlar a concorrência
  11. Lugar para seguir eventos onde não se pode estar
  12. Lugar para conhecer novas oportunidades

A expansão da ciência pela WEB não ficou exclusivamente por pesquisadores/investigadores, e também algumas universidades decidiram acrescentar suas instituições em redes sociais, no Youtube. Atualmente existem no youtube as seguintes universidades contendo mais de 150 mil seguidores: Harvard University, MIT Open Course Ware, Stanford University e Yale Courses.

Existem algumas redes sociais vocacionadas especialmente para a troca de
informação profissional, tanto genérica (LinkedIn) como específica para cientistas nomeadamente: Google Scholar, ResearchGate, Academia.edu.

Criar e manter um perfil em redes sociais profissionais permite sublinhar a informação científica do percurso profissional, fazendo com que se seja identificado pelas funções actuais, numa perspectiva de ligação com outros investigadores.

Manter o perfil actualizado nas redes sociais profissionais permite-nos modelar a informação que os outros recebem sobre nós. Podemos garantir que nos conhecem pelas áreas científicas em que nos interessa investir no momento e não por outros temas em que já possamos ter trabalhado.

O Google Scholar é um motor de pesquisa cujos resultados apresentam apenas artigos científicos, actas de conferências e livros. No Linkedin o perfil tem a utilidade de um Curriculum Vitae dinâmico, com a possibilidade de fazer ligações com pessoas que ficam com acesso às actualizações, como no Facebook.

A Academia.edu é uma rede social para investigadores. Foi lançada em Setembro
de 2008, e até Julho 2014 acumulou mais de 11 milhões de utilizadores de todo
o mundo. Funciona essencialmente como um repositório de informação dos
próprios utilizadores, de livre acesso para os restantes membros da rede

O ResearchGate é uma rede social para investigadores, que têm como objectivo
a partilha de artigos científicos e a sociabilização. O ResearchGate funciona como um misto entre LinkedIn, Academia.edu e Facebook.

As redes de agregação ou curadoria servem para reunir conteúdos sobre determinado tema num único local. À semelhança de um curador de uma exposição, cabe ao utilizador seleccionar e dar sentido aos conteúdos, de modo a tornar o conjunto relevante para si e, idealmente, para outros utilizadores.

Apesar de as plataformas de agregação serem um fenómeno relativamente recente
na Web, muitas marcas já descobriram o poder da agregação de conteúdos para
promover os seus próprios produtos ou serviços

Com o slogan “Pin your interests”, o Pinterest é a mais conhecida e mais utilizada
plataforma de agregação. A ideia desta plataforma, com grande ênfase na
componente visual, é a de um grande quadro de cortiça digital onde se afixam
imagens que servem de links a conteúdos espalhados na web. Também se podem
adicionar imagens ou vídeos próprios.

O Bundlr é uma plataforma de agregação de origem portuguesa. Muito semelhante
ao Pinterest tem a vantagem de permitir adicionar qualquer tipo de conteúdo com um endereço electrónico.

A plataforma Scoop.it é uma ferramenta muito versátil. Embora muitas funcionalidades só existam na versão Premium, a versão gratuita é suficiente para a maioria dos utilizadores. O Scoop.it permite agregar todos os tipos de conteúdos web e fazer upload de imagens (de documentos na versão paga) ou inserir apenas comentários. Uma vantagem do Scoop.it é a possibilidade de classificar os conteúdos através de etiquetas, o que torna muito fácil a pesquisa de subtópicos.

A ideia por trás do Storify é mesmo criar histórias a partir da informação disponível on-line. Nesta plataforma, dar sentido à informação é escolher uma ordem para apresentar os conteúdos. Na maioria das vezes a ordem escolhida é mesmo a cronológica e, por isso, o Storify é muito utilizado para registar a evolução de uma notícia ou eventos como conferências científicas.

A organização da informação na rede Pearltrees é feita de forma hierárquica, à semelhança dos arquivos de um computador. A navegação entre as diferentes colecções é muito simples e é possível adicionar qualquer tipo de conteúdo (links, fotos, ficheiros, notas).
A grande diferença desta ferramenta em relação às anteriores é a sua natureza
verdadeiramente cooperativa. Além da possibilidade de colaboração entre utilizadores, o Pearltrees permite que o utilizador replique colecções de outros utilizadores na sua própria colecção e beneficie das novas adições feitas pelo utilizador original.

Os weblogs nasceram nos anos 90 e tiveram um grande impulso em 1999 quando começaram a surgir diversas ferramentas que permitiam a qualquer pessoa publicar facilmente na World Wide Web, mesmo não tendo conhecimentos de linguagem. A mais decisiva destas ferramentas de publicação foi o Blogger, criado em Agosto de 1999 pela empresa Pyra Labs e posteriormente adquirido pela Google.

Um weblog, ou blog, é essencialmente uma página na Internet onde os textos
aparecem pela ordem inversa em que foram escritos, ou seja, os mais recentes aparecem primeiro. A estes textos chama-se “posts” e estes posts podem conter texto, imagens e links para outros sites na Web. Há blogs pessoais e colectivos, blogs sobre temas e sobre marcas, especializados em fotografias ou em vídeos, de universidades e de empresas, de todos os tipos e para todos os gostos. Actualmente, a mais usada ferramenta para a criação de weblogs é o WordPress, que está disponível numa versão já alojada num servidor e gratuita.

Não devemos começar um blog sem critérios, objetivos e que não receberá atualização. É necessário dedicar algum tempo a experimentar a plataforma que escolheu. Visite outros blogs e aprenda com os bloggers mais velhos. Escolha um tema de que goste mesmo e comece a escrever. Mantenha-se focado nesse tema e publique conteúdos de qualidade
Organize o seu tempo para dedicar uns minutos por semana ao blog. Partilhe os conteúdos do seu blog nas outras redes sociais.

Junte-se à comunidade dos bloggers de ciência, pense na sua audiência e em conteúdos que lhe sejam úteis, seja realista com as suas ambições e divirta-se.

De acordo com o livro, podemos utilizar dez conselhos para ser um novo blogger:

  1. Não comece um blog só porque alguém acha que deve começar
    02.Dedique algum tempo a experimentar a plataforma que escolheu
    03.Visite outros blogs e aprenda com os bloggers mais velhos
    04.Escolha um tema de que goste mesmo e comece a escrever
    05.Mantenha-se focado nesse tema e publique conteúdos de qualidade
    06.Organize o seu tempo para dedicar uns minutos por semana ao blog
    07.Partilhe os conteúdos do seu blog nas outras redes sociais
    08.Junte-se à comunidade dos bloggers de ciência, dando-se a conhecer
  2. Pense na sua audiência e em conteúdos que lhe sejam úteis
  3. Seja realista com as suas ambições e divirta-se

Manter uma presença nas redes sociais deve ser uma escolha consciente dos
investigadores e das instituições que, em primeiro lugar, devem avaliar quais
valem a pena apostar e que vantagens. Há quem esteja nas redes sociais apenas para se manter a par das novidades do seu campo, há quem produza conteúdos para uma única plataforma, há quem consiga manter uma presença assídua em vários espaços em simultâneo.

Da experiência que temos acumulado com os cursos que leccionam sobre
redes sociais para cientistas, sabemos que muito ficou por dizer sobre cada uma
das redes em particular, e que alguns dos leitores vão ficar com curiosidade para
saber mais sobre esta área.

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