
Segundo Almeida & Freire (2003), “após situar o problema torna-se necessário reunir e analisar, o melhor possível, o que já se conhece sobre o assunto”, definindo e enquadrando o referencial teórico para a investigação em causa.
Os mesmos autores assumem a revisão da literatura como uma espécie de interface entre a delimitação do problema e a formulação da hipótese, permitindo-nos:
• a recolha de dados empíricos (evidências);
• o entendimento do estado de conhecimentos no domínio (se o problema já foi solucionado ou o que falta para a solução);
• a identificação das teorias explicativas do fenómeno em questão, de modo a se poder equacionar o modelo de análise a seguir;
• a deteção da metodologia de investigação mais frequentemente usada no problema em causa (procedimento, amostra, plano, instrumentos);
• a constatação das questões que foram deixadas em aberto por outros investigadores.
Segundo Monge (2001), atendendo à natureza dos dados, as fontes podem ser:
• factos, estatísticas, descobertas ou resultados;
• teorias ou interpretações;
• métodos e investigação e procedimentos;
• opiniões, noções, pontos de vista ou comentários pessoais;
• relatos, impressões sobre um conhecimento ou uma situação particular ou narração de incidentes ou situações.
O mesmo autor, atendendo à origem dos dados, considera as fontes referidas como primárias (observações de experiências/investigações/resultados efetuadas pelo próprio investigador) ou secundárias (referentes às experiências e teorias de outros autores não participantes na investigação em curso).
Monge (2001) explica-nos também que com base nos elementos teóricos identificados na revisão da literatura, devemos selecionar as variáveis centrais (o problema — variável dependente) e secundárias (ajudam a explicar e analisar o problema — variáveis independentes). A seleção de variáveis permite-nos formular hipóteses, construindo um esquema de relações que facilita a construção de um referencial teórico (a representação da descrição, explicação e análise do problema que trata a investigação) e da construção de uma teoria (generalização abstrata que apresenta uma explicação acerca das relações entre fenómenos).
“O objetivo fundamental de um projeto de investigação é a construção de uma teoria. O referencial teórico que nos proporciona a revisão da literatura no contexto do processo de investigação contém a teoria imersa, atuando como ponto de partida da investigação.” Monge (2001)

Referências:
Almeida, L. S., Freire, T. (2003) Metodologia da investigação em Psicologia e Educação. Psiquilíbrios.
Monge, C. (2011.) Metodología de la investigación cuantitativa y cualitativa. Guia didáctica. Universidad Surcolombiana, Neiva