Para que ocorra o processo de investigação, faz-se necessário a utilização de métodos para recolha de dados, que podem ser desde a entrevista, observação directa de factos e comportamentos, à análise de artefactos, documentos, registos culturais e registos visuais ou experiências profissionais. Para um processo analitico dos dados recolhidos, se faz necessário o uso correto do método para análise da informação.

Uma das grandes dificuldades para análise da informação é a escassez de informações e de sistematizações e seu caráter aberto e flexível. Encontramos três dimensões básicas para realizar a análise de acordo com a sua coerência, sendo elas: processos de teorização, estratégias de seleção sequencial e procedimentos analiticos e gerais.

Para a Análise da informação quantitativa, consideremos: Processos de teorização, Técnicas geradoras que são estratégias de seleção em sequência e procedimentos Analíticos. As informações científicas são feitas através destes seguintes passos: Descrição, Interpretação e Teorização.

Nas técnicas geradoras incluem-se a selecção de casos negativos, selecção de casos discrepantes, a amostragem teórica e o método de comparação constante.
A codificação e a análise dos dados, permitirá por sua vez, decidir qual é a nova informação que é necessário recolher e onde pode ser encontrada, para desta forma desenvolver a teoria emergente. Através do método de comparação constante vão identificar-se as propriedades da informação, analisam-se as inter-relações e integram-se numa teoria.

Para os procedimentos analíticos descrevem-se como meios sistemáticos para
manipular os dados, são a forma mais externa da análise. São métodos diversificados, que vai da auto-reflexão ao tratamento estatístico, passando pela análise temática e a análise semântica.

A redução de dados implica a seleção, focalização, abstração e transformação deste para a formulação de hipóteses de trabalho ou conclusões. A redução de dados é realizada
ao longo de toda uma investigação,podem ser reduzidos e transformados, quantitativa ou qualitativamente.

Simploriamente, o processo de análise de dados se dá através de alguns subprocessos: Recolha de dados, Exposição de dados, redução de dados e conclusões e verificação dos dados. Os dados que descobertos, são o produto de muitos níveis de interpretação. Assim, uma boa teoria deve possuir categorias que se ajustam aos dados que possam explicar, predizer e interpretar a ação e deve ser modificável se necessário.

Como estratégias de análise intracaso, existem uma extensa gama de estratégias
de análise de dados. Essa diversidade de perspectivas é agrupada por Huberman e Miles (1994) em dois modelos: estratégias orientadas para casos e estratégias orientadas para a variável.

A análise intracaso se divide em dois níveis de compreensão, o descritivo onde as questões clássicas sobre o que está a acontecer e sobre como as coisas se processam reenvia-nos para a descrição do fenómeno. O segundo nível de compreensão está relacionado com o porquê. que pode significar o aprofundamento do contexto teórico, a justificação da ação, a apresentação de razões, a fundamentação de uma posição ou o estabelecimento de uma relação causal.
O estudo de caso único constitui um modo tradicional de investigação qualitativa. Podemos dizer que são estudos de um indivíduo ou algo que partilha um conjunto de características comuns por exemplo: família, tribo, pequeno negócio, vizinhança, comunidade.

Deve-se considerar a imensa dificuldade em estudos intercasos, sobretudo quando existe a necessidade de análises de casos múltiplos, considerando causalidade e elaborando-se simplificados conjuntos de generalizações que podem não ser aplicáveis a determinado caso isolado.
Em estratégias de análise intracaso, existe uma grande variedade de estratégias de análise de dados provenientes de casos múltiplos ou de dados provenientes de diversas fontes. Essa diversidade de perspectivas é agrupada por Huberman e Miles (1994) em dois modelos: estratégias orientadas para casos e estratégias orientadas para a variável.

As estratégias centradas no caso partem de um marco conceitual que acompanha o primeiro estudo de caso e, posteriormente, são examinados os sucessivos casos para verificar se o novo modelo se assemelha ao modelo detectado anteriormente.

Referência

Texto 4: Aires, L. (2015). Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional. In e-book (pp. 24–43). Lisboa: Universidade Aberta. Retrieved from http://hdl.handle.net/10400.2/2028

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