
O que é um Paradigma?
“É o modo como uma determinada comunidade científica, num determinado momento, coloca o problema.”
(Prof. Fernando, notas pessoais da sessão 02)
Há um conjunto de premissas, pressupostos e regras sobre como fazer a recolha e o tratamento dos dados, e esse modo alicerça-se em ideias que podem ser diferenciadas — não há apenas “um modo de ver”. Para caracterizarmos os paradigmas podemos formular questões-chave assentes em pressupostos ou premissas do ponto de vista:
Ontológico
Qual a natureza da realidade e dos fenómenos educativos a estudar?
Existe em factos ou em pensamento?
É externa ao sujeito ou é criada interiormente?
Epistemológico
Como adquirimos o conhecimento?
A postura face ao conhecimento deve ser externa (assen
Qual é a relação do investigador com os indivíduos estudados e os objetos de estudo?
Metodológico
Como acedemos / apreendemos os fenómenos?
Que métodos e técnicas devemos utilizar?
As respostas às questões com base nestes três eixos revelam-nos a forma como queremos ver o mundo e como queremos ser enquanto investigadores — o que definirá a perspetiva mais adequada à nossa investigação.
Tentarei sintetizar as perspetivas abordadas em aula no mapa conceitual abaixo:

Com base no exposto, considero que, enquanto futura investigadora na área da Educação, a minha forma de ver “este” mundo se aproximará mais ao Paradigma Humanista/Naturalista, e a uma metodologia de Investigação Qualitativa (ainda que apresente maiores desafios, dada a natureza não “exata” dos dados de recolha, o que obrigará a um esforço de interpretação e compreensão). No entanto, não ponho de parte recorrer a métodos de recolha de dados de natureza quantitativa. Como nos diz Günter (2006), “considerações mais objetivas [na escolha de um determinado método] incluem os recursos disponíveis: quanto tempo existe para realizar a pesquisa? Que incentivos estão disponíveis para contratar colaboradores e assistentes? Quais os recursos materiais existentes? Qual o acesso à população a ser estudada?”

Terminando numa nota positiva, acrescento algumas sequências de palavras que considerei interessantes durante a sessão síncrona 03:
“Nas Ciências Sociais Humanas, a realidade não existe per si, é a perceção que temos dela.”
“Não vamos à procura da verdade, mas da perspetiva do indivíduo.”
“O investigador participa, e, logo, influencia.”
“Se os dados falarem, temos de os deixar falar.”
“A voz às pessoas e aos atores”.
“Nos fenómenos educativos não há leis”.
(Prof. Fernando, notas pessoais da sessão 03)
Referências:
Günter, H. (2006). Psicologia: Teoria e Pesquisa. Universidade de Brasília
Coutinho, C. (2005). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas, Teoria e Prática. Edições Almedina.
Monge, C. (2011). Metodología de la investigación cuantitativa y cualitativa. Guia didáctica. Universidad Surcolombiana, Neiva