Paradigma de investigação é, para Coutinho (2011, p.9), “um compromisso implícito de uma comunidade de investigadores com um quadro teórico e metodológico preciso, e, consequentemente, uma partilha de experiências e uma concordância quanto à natureza da investigação e à concepção”.
Thomas Kuhn definiu o termo como um conjunto de crenças, valores, técnicas partilhadas pelos membros de uma dada comunidade científica e, em segundo, como um modelo para o “que” e para o “como” investigar num dado e definido contexto histórico-social. Kuhn defende que há forte apego a determinado paradigma e estes se mantêm em situações normais ou estáveis. Mas, nos momentos de crise que surgem anomalias que incidem sobre suas áreas vitais, provocando circunstância para considerar a substituição do próprio paradigma, ou seja, são nos momentos de crise que são propostas novas alternativas de paradigmas (Kuhn, 1998). Para ilustrar, segue abaixo o mapa conceitual da filosofia de Thomas Kuhn.

O paradigma inscreve-se na investigação como um esquema fundamental que orienta ao investigador com o delineamento de uma estrutura para o seu estudo, como um conjunto articulado de postulados, valores, teorias e regras aceites pelo próprio e pelos demais elementos da sua comunidade científica. Depende: das concepções e experiência do investigador; da estratégia de investigação adotada; dos planos e procedimentos de pesquisa; dos métodos de recolha e análise de dados; da natureza do problema e do público ao qual se destina, contribuindo para a definição da metodologia a utilizar. Por um lado, unifica e legitima conceitos, teorias e metodologias, por outro, sustenta critérios de recolha, interpretação e validação dos dados (Marco Romão, 2013).
O paradigma cumpre dois papéis centrais na investigação científica: a unificação de conceitos, uma identidade comum com questões teóricas e metodológicas e; a legitimação entre os investigadores. Atualmente, é defendida a existência de três grandes paradigmas na investigação em ciências sociais e humanas: o paradigma positivista ou quantitativo; o interpretativo ou qualitativo e; o paradigma sociocrítico ou hermenêutico (Coutinho, 2011). O quadro a seguir mostra as características de cada paradigma.

Penso que o educador que está iniciando em processo investigação ainda não tenha muito claro qual paradigma pode ser o mais condizente com sua prática. Porém já é possível perceber tendências que podem ser incorporadas na sua linha de pensamento, considerando o que há de mais significativo em cada um desses paradigmas.
Referências.
COUTINHO, Clara. Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina, 2011.
KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. Tradução de Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.