Síntese – Métodos de Análise de Informação (Texto4-2015_Aires_pp.43-52)

Para que ocorra o processo de investigação, faz-se necessário a utilização de métodos para recolha de dados, que podem ser desde a entrevista, observação directa de factos e comportamentos, à análise de artefactos, documentos, registos culturais e registos visuais ou experiências profissionais. Para um processo analitico dos dados recolhidos, se faz necessário o uso correto do método para análise da informação.

Uma das grandes dificuldades para análise da informação é a escassez de informações e de sistematizações e seu caráter aberto e flexível. Encontramos três dimensões básicas para realizar a análise de acordo com a sua coerência, sendo elas: processos de teorização, estratégias de seleção sequencial e procedimentos analiticos e gerais.

Para a Análise da informação quantitativa, consideremos: Processos de teorização, Técnicas geradoras que são estratégias de seleção em sequência e procedimentos Analíticos. As informações científicas são feitas através destes seguintes passos: Descrição, Interpretação e Teorização.

Nas técnicas geradoras incluem-se a selecção de casos negativos, selecção de casos discrepantes, a amostragem teórica e o método de comparação constante.
A codificação e a análise dos dados, permitirá por sua vez, decidir qual é a nova informação que é necessário recolher e onde pode ser encontrada, para desta forma desenvolver a teoria emergente. Através do método de comparação constante vão identificar-se as propriedades da informação, analisam-se as inter-relações e integram-se numa teoria.

Para os procedimentos analíticos descrevem-se como meios sistemáticos para
manipular os dados, são a forma mais externa da análise. São métodos diversificados, que vai da auto-reflexão ao tratamento estatístico, passando pela análise temática e a análise semântica.

A redução de dados implica a seleção, focalização, abstração e transformação deste para a formulação de hipóteses de trabalho ou conclusões. A redução de dados é realizada
ao longo de toda uma investigação,podem ser reduzidos e transformados, quantitativa ou qualitativamente.

Simploriamente, o processo de análise de dados se dá através de alguns subprocessos: Recolha de dados, Exposição de dados, redução de dados e conclusões e verificação dos dados. Os dados que descobertos, são o produto de muitos níveis de interpretação. Assim, uma boa teoria deve possuir categorias que se ajustam aos dados que possam explicar, predizer e interpretar a ação e deve ser modificável se necessário.

Como estratégias de análise intracaso, existem uma extensa gama de estratégias
de análise de dados. Essa diversidade de perspectivas é agrupada por Huberman e Miles (1994) em dois modelos: estratégias orientadas para casos e estratégias orientadas para a variável.

A análise intracaso se divide em dois níveis de compreensão, o descritivo onde as questões clássicas sobre o que está a acontecer e sobre como as coisas se processam reenvia-nos para a descrição do fenómeno. O segundo nível de compreensão está relacionado com o porquê. que pode significar o aprofundamento do contexto teórico, a justificação da ação, a apresentação de razões, a fundamentação de uma posição ou o estabelecimento de uma relação causal.
O estudo de caso único constitui um modo tradicional de investigação qualitativa. Podemos dizer que são estudos de um indivíduo ou algo que partilha um conjunto de características comuns por exemplo: família, tribo, pequeno negócio, vizinhança, comunidade.

Deve-se considerar a imensa dificuldade em estudos intercasos, sobretudo quando existe a necessidade de análises de casos múltiplos, considerando causalidade e elaborando-se simplificados conjuntos de generalizações que podem não ser aplicáveis a determinado caso isolado.
Em estratégias de análise intracaso, existe uma grande variedade de estratégias de análise de dados provenientes de casos múltiplos ou de dados provenientes de diversas fontes. Essa diversidade de perspectivas é agrupada por Huberman e Miles (1994) em dois modelos: estratégias orientadas para casos e estratégias orientadas para a variável.

As estratégias centradas no caso partem de um marco conceitual que acompanha o primeiro estudo de caso e, posteriormente, são examinados os sucessivos casos para verificar se o novo modelo se assemelha ao modelo detectado anteriormente.

Referência

Texto 4: Aires, L. (2015). Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional. In e-book (pp. 24–43). Lisboa: Universidade Aberta. Retrieved from http://hdl.handle.net/10400.2/2028

Entrevista como Método de Pesquisa

Conforme afirmam Meneses & Rodríguez (2011), existem muitas e variadas definições de entrevista, porém todas consideram que a entrevista é o marco da investigação social, consiste na troca oral entre duas ou mais pessoas com o propósito de alcançar uma maior compreensão do objeto de estudo, da perspectiva da(s) pessoa(s) entrevista(s).

Quadro comparativo, com vantagens e desvantagens da técnica de entrevista.

Figura 1 – Principales ventajas e inconvenientes de las entrevistas.
Fonte: Recuperado de “El cuestionario y la entrevista”, de Meneses & Rodríguez (2011.p.40)

Abaixo um vídeo explicativo (conceitos e exemplos práticos) do Professor Jeferson Antunes comentando a “entrevista” como método de pesquisa. Iniciar o vídeo aos 01’03”.

Referências

Meneses, Julio & Rodríguez-Gómez, David. (2011). El cuestionario y la entrevista.

Pesquisa & Jogos. (2019, Março 13). Entrevista como método de pesquisa [Arquivo de vídeo].
Recuperado de https://www.youtube.com/watch?time_continue=77&v=59SlJCN-U9s&feature=emb_title


Questionário

Amaro et al. (2005) afirmam que um questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Para tal, coloca-se uma série de questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interacção directa entre estes e os inquiridos.

Um questionário é extremamente útil quando um investigador pretende recolher informação sobre um determinado tema. Deste modo, através da aplicação de um questionário a um público-alvo constituído, por exemplo, de alunos, é possível recolher informações que permitam conhecer melhor as suas lacunas, bem como melhorar as metodologias de ensino podendo, deste modo, individualizar o ensino quando necessário.

 A importância dos questionários passa também pela facilidade com que se interroga um elevado número de pessoas, num espaço de tempo relativamente curto.

Estes podem ser de natureza social, económica, familiar, profissional, relativos às suas opiniões, à atitude em relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas expectativas, ao seu nível de conhecimentos ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, etc.

TIPO DE QUESTÕESVANTAGENSDESVANTAGENS
Resposta abertaPreza o pensamento livre e a originalidade;Surgem respostas mais variadas;Respostas mais representativas e fiéis da opinião do inquirido;O inquirido concentra-se mais sobre a questão;Vantajoso para o investigador, pois permite-lhe recolher variada informação sobre o tema em questão.  Dificuldade em organizar e categorizar as respostas;Requer mais tempo para responder às questões;Muitas vezes a caligrafia é ilegível;Em caso de baixo nível de instrução dos inquiridos, as respostas podem não representar a opinião real do próprio.  
Resposta fechadaRapidez e facilidade de resposta;Maior uniformidade, rapidez e simplificação na análise das respostas;Facilita a categorização das respostas para posterior análise;Permite contextualizar melhor a questão.Dificuldade em elaborar as respostas possíveis a uma determinada questão;Não estimula a originalidade e a variedade de resposta;Não preza uma elevada concentração do inquirido sobre o assunto em questão;O inquirido pode optar por uma resposta que se aproxima mais da sua opinião não sendo esta uma representação fiel da realidade.

Adaptado de Amaro et al. (2005)

AMARO, A.; PÓVOA, A.; MACEDO, L. A arte de fazer questionário. Porto: Universidade do Porto, 2005. Disponível em: <https://sites.google.com/site/sociologiaemaccao/2-metodologia-da-investigacao-sociologica/a-arte-de-fazer-questionarios.doc&gt;. Acesso em: 18 dez. 2019.

Observação

Belei et al (2008) citam diversos autores para conceituar e descrever a observação. Barton & Ascione (1984) afirmam que observar é um processo e possui partes para seu desenrolar: o objeto observado, o sujeito, as condições, os meios e o sistema de conhecimentos, a partir dos quais se formula o objetivo da observação.

As condições de observação são circunstâncias através das quais esta se realiza, ou seja, é o contexto natural ou artificial no qual o fenômeno social se manifesta ou se reproduz. Por sua vez, o sistema de conhecimento é o corpo de conceitos, categorias e fundamentos teóricos que embasa a pesquisa (REYNA, 1997).

Durante a observação são registrados dados visíveis e de interesse da pesquisa. As anotações podem ser feitas por meio de registro cursivo (contínuo), uso de palavras-chaves, check list e códigos, que são transcritos posteriormente (DANNA; MATOS, 2006). Uma observação controlada e sistemática se torna um instrumento fidedigno de investigação científica. Ela se concretiza com um planejamento correto do trabalho e preparação prévia do pesquisador/observador (LÜDKE, 1986).

Diz-se que uma observação é fidedigna quando o observador é preciso e seus registros são confiáveis. Não basta apenas colocar-se próximo ao objeto de estudo e olhá-lo. Deve-se olhar e registrar. Muitas vezes é preciso mais de uma pessoa para observar e registrar ao mesmo tempo, devendo haver concordância entre os registros. Como prova de fidedignidade, as anotações são comparadas entre o tempo, tamanho e tipo de anotação feita por cada um (BATISTA, 1977; BATISTA; MATOS, 1984).

BELEI, R.A., GIMENIZ-PACHOAL S.R., NASCIMENTO E.N., MATSUMOTO P.H.V.R. O uso de entrevista, observação e videogravação em pesquisa qualitativa. Cadernos de Educação. 2008;30(1):187-99.

Entrevista

Boni & Quaresma (2005) indicam que a entrevista é definida por Haguette (1997:86) como um “processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”. A entrevista como coleta de dados sobre um determinado tema científico é a técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo. Através dela os pesquisadores buscam obter informações, ou seja, coletar dados objetivos e subjetivos. Os dados objetivos podem ser obtidos também através de fontes secundárias tais como: censos, estatísticas, etc. Já os dados subjetivos só poderão ser obtidos através da entrevista, pois que, eles se relacionam com os valores, as atitudes e as opiniões dos sujeitos entrevistados.

As autoras complementam que a preparação da entrevista é uma das etapas mais importantes da pesquisa que requer tempo e exige alguns cuidados, entre eles destacam-se: o planejamento da entrevista, que deve ter em vista o objetivo a ser alcançado; a escolha do entrevistado, que deve ser alguém que tenha familiaridade com o tema pesquisado; a oportunidade da entrevista, ou seja, a disponibilidade do entrevistado em fornecer a entrevista que deverá ser marcada com antecedência para que o pesquisador se assegure de que será recebido; as condições favoráveis que possam garantir ao entrevistado o segredo de suas confidências e de sua identidade e, por fim, a preparação específica que consiste em organizar o roteiro ou formulário com as questões importantes (LAKATOS, 1996).

Por fim, as autoras afirmam que quanto à formulação das questões o pesquisador deve ter cuidado para não elaborar perguntas absurdas, arbitrárias, ambíguas, deslocadas ou tendenciosas. As perguntas devem ser feitas levando em conta a seqüência do pensamento do pesquisado, ou seja, procurando dar continuidade na conversação, conduzindo a entrevista com um certo sentido lógico para o entrevistado. Para se obter uma narrativa natural muitas vezes não é interessante fazer uma pergunta direta, mas sim fazer com que o pesquisado relembre parte de sua vida. Para tanto o pesquisador pode muito bem ir suscitando a memória do pesquisado (BOURDIEU, 1999).

Boni, V., & Quaresma, S. (2005). Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em ciências sociais. Em Tese, 2(1), 68-80. doi:https://doi.org/10.5007/%x

Entrevista

Moser e Kalton(1971) descrevem a entrevista como uma conversa entre um entrevistador e um entrevistado que tem o objetivo de extrair determinada informação do entrevistado.  Isto, afirmam este autoras, pode parecer uma questão muito simples mas sair com êxito de uma entrevista é muito mais complicado do que estas afirmação sugere.

Wiesman e Aron (1972) compara a condução de uma entrevista a uma expedição piscatória e explicando esta analogia, Cohen (1976) acrescenta que, tal como a pesca  a entrevista é uma atividade que requer uma preparação cuidadosa, muita paciência e experiência considerável se a eventual recompensa for uma captura valiosa.

A maioria das entrevistas, realizadas na etapa de recolha de dados de pesquisa, situam-se entre o ponto completamente estruturado. É importante dar liberdade ao entrevistado para falar sobre o que é de importância central para ele, em vez de falar sobre o que é importante para o entrevistador, por isso a estrutura da entrevista deve obedecer a tópico cruciais. A entrevista focalizada tem este tipo de tópico, esta consiste no fato de se estabelecer previamente uma estrutura (guião), simplificando assim grande mente a análise subsequente. Este ponto é relevante para qualquer pesquisa.

Etapas:

  1. Decidir o que se quer saber;
  2. Perguntar a nós próprios porque necessitamos de obter determinada informação;
  3.  Questionar: Será a entrevista a melhor forma de obter a informação;
  4. Se este instrumento o for, iniciar o esquema de perguntas baseadas nos objetivos de estudo;
  5. Decidir o tipo de entrevista a realizar;
  6. Aperfeiçoar as questões de acordo com o orientador;
  7. Considerar a forma como as questões são analisadas;
  8. Preparar o guião da entrevista;
  9. Testar o guião com colegas;
  10. Selecionar os entrevistados;
  11. Marcar hora e local com os entrevistados;
  12. Pedir autorização para a realização da entrevista, caso se tenha de recorrer a uma pedido formal;
  13. Apresentar de forma explícita o objetivo da pesquisa;
  14. Indicar o tempo de duração da entrevista;
  15. Realizar a entrevista com sucesso.

Análise de dados documentais

Uma vez decidido e bem definido o tema e especificados os objetivos do estudo, o investigador estará em condições de considerar a forma de recolha da informação que necessita para o seu estudo. A pergunta inicial não será que metodologia?, mas o que preciso saber e porquê?. Só então se questionará qual é a melhor maneira de recolher dados? E outra questão quando dispuser dessa informação o que farei com ela?

Todos sabemos que nenhuma abordagem depende de um só método, da mesma forma que não exclui determinado método apenas porque é considerado qualitativo ou quantitativo. Há que selecionar o método porque é este que fornece a informação de que se necessita para consolidar a pesquisa integral.

Uma premissa a ter em conta é o tempo, pois este pode influenciar a recolha dos dados e mesmo a pesquisa a ser realizada.

Seja qual for o procedimento de recolha de dados  que é escolhido este deverá ser sempre examinado criticamente pelo orientador, pois a sua fiabilidade é um fatores importante e que pode condicionar todo o processo de recolha de dados. A verificação da fiabilidade de um método surge no momento da formulação das questões.

Nos projetos de ciências da Educação a exigência de uma análise documental é exigente, e esta servirá para complementar a informação obtida, a pesquisa pode implicar a análise de filmes, vídeos, slides, livros, artigos e até mesmo fontes não escritas, que devem ser validadas pelo orientador, para desta forma terem credibilidade. Muitas vezes existem muitas fontes que não fidedignas nomeadamente na internet.

A pesquisa de documentos deve ser feita de uma forma estruturada, deve ser feita uma seleção equilibrada, tendo sempre em conta as restrições de tempo. Por isso o investigador deve verificar a periocidade do seu plano de trabalho.

Um dos objetivos importantes para a recolha de informação é avaliar se um documento se caracteriza principalmente pelo seu valor factual.

A análise do conteúdo da comunicação implica a classificação de conteúdos de forma a salientar a sua estrutura básica. Este termo é normalmente mais aplicado à análise de material documental ou visual do que a dados obtidos a partir de entrevistas. Os investigadores criam um conjunto de categorias que expliquem as questões a estudar, classificando depois o conteúdo destas de acordo com as categorias previamente estabelecidas. É essencial que estas sejam determinadas com precisão de forma a minimizar a subjetividade resultante se opiniões diferentes investigadores.  Abercrombie (1998)

Paradigmas da Investigação

Zanela Saccol (2009) afirmam que a partir de diferentes visões ontológicas e epistemológicas, geram-se diferentes paradigmas de pesquisa. A mesma autora cita Crotty (1998) que indica que paradigmas são, aqui, entendidos como sendo diferentes visões de mundo. Um paradigma é a instância filosófica que irá informar o método de pesquisa.

O Quadro 1 apresentado abaixo demonstra, de forma sintética, as diferentes definições sobre ontologia, epistemologia, paradigmas de pesquisa, métodos de pesquisa (estratégias) e técnicas de coleta e de análise de dados, indicando que a ontologia (nossa forma de entender como as coisas são) determina a nossa epistemologia (a forma como entendemos que o conhecimento é gerado) e ambas, por sua vez, originam diferentes paradigmas de pesquisa, dentro dos quais diferentes métodos podem ser utilizados, assim como diferentes técnicas de coleta e de análise de dados.

Zanela Saccol, Amarolinda (2009). Um retorno ao básico: Compreendendo os paradigmas de pesquisa e sua aplicação na pesquisa em administração. Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria, 2(2),250-269.[fecha de Consulta 17 de Diciembre de 2019]. ISSN: . Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=2734/273420378007

Critérios para seleção de problema

Oliveira (2011) indica que após a escolha e a delimitação do tema, o próximo passo é a transformação do tema em problema. “Problema é uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução”. A primeira etapa de uma pesquisa é a formulação do problema, que deve ser na forma de pergunta. O autor cita Rudio (1980) que argumenta que formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o objetivo da formulação do problema é torná-lo individualizado, específico, inconfundível.

Já Lakatos & Marconi (1992) apud Oliveira (2011), indicam que para ser considerado apropriado, o problema deve ser analisado sobre os seguintes aspectos de valoração: viabilidade, relevância, novidade, exequibilidade e oportunidade. Complementam colocando que “desde Einstein, acredita-se que é mais importante para o desenvolvimento da ciência saber formular problemas do que encontrar soluções”. Cervo & Bervian (2002) complementam ao indicar que o problema de pesquisa é uma pergunta que deve ser redigida de forma clara, precisa e objetiva, cuja solução seja viável pela pesquisa. Geralmente, a elaboração clara do problema é fruto da revisão de literatura e da reflexão pessoal.

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. Metodologia científica: um manual para a realização de pesquisas em Administração. Catalão: UFG, 2011.

Resultados e implicações de uma investigação

Alves-Mazzotti (2001) argumenta que a aplicabilidade dos conhecimentos na área da educação depende do desenvolvimento de teorias próprias, da seleção adequada de procedimentos e instrumentos, da análise interpretativa dos dados, de sua organização em padrões significativos, da comunicação.

A mesma autora afirma ainda que não podemos abrir mão do compromisso com a produção de conhecimentos confiáveis, pois só assim estaremos contribuindo, tanto para desenvolver o instrumental teórico no campo da educação como para favorecer tomadas de decisão mais eficazes, substituindo as improvisações e os modismos.

ALVES-MAZZOTTI, A. J. Relevância e Aplicabilidade da Pesquisa em Educação. Cadernos de Pesquisas. Fundação Carlos Chagas. n. 113. São Paulo: Cortez, p.39-50, 2001.

Planejamento – plano de investigação

O planejamento da investigação pode ser feito de diversas formas, e uma das alternativas é a utilização de um cronograma. Kauark, Manhães e Medeiros (2010) afirmam que o Cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho de acordo com as atividades a cumprir. As atividades e os períodos definir-se-ão a partir das características de cada pesquisa e dos critérios determinados pelo autor do trabalho. Os períodos podem se dividir em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres. Este serão determinados a partir dos critérios de tempo adotados por cada pesquisador.

KAUARK, Fabiana da Silva. MANHÃES, Fernanda de Casto. MEDEIROS, Carlos Henrique. Metodologia da pesquisa : guia prático. Itabuna : Via Litterarum, 2010. 88p.

Problema: questões e objetivos de investigação

Alves (1991) argumenta que três tipos de situações são apontadas como origem de problemas de pesquisa: (a) lacunas no conhecimento existente; (b) inconsistências entre deduções decorrentes de teorias e resultados e pesquisas ou observações feitas na prática cotidiana, e; (c) inconsistências entre resultados de diferentes pesquisas ou entre estes e o que é observado na prática.

A mesma autora defende ainda que o fato de uma pesquisa se propor a compreensão de uma realidade específica, ideográfica, construída em condições vinculadas a um dado contexto, não a exime de contribuir para a produção do conhecimento. E a produção do conhecimento não é um empreendimento isolado; é um trabalho coletivo da comunidade científica, um processo que se desenvolve através da cooperação e da crítica. Assim, seja qual for a questão focalizada, exige-se que o pesquisador demonstre familiaridade com o estado do conhecimento sobre o tema para que possa situar o estudo proposto nesse processo, indicando qual a lacuna ou inconsistência no conhecimento anterior que o gerou. Mesmo ao estudar um caso específico, o pesquisador deverá sempre que possível, indicar a que fenômeno mais amplo o caso estudado se relaciona. Esta colocação da pesquisa proposta em perspectiva costuma ser feita numa seção introdutória que antecede a explicação do objetivo e ou questões de estudo.

ALVES, A. J. O Planejamento de Pesquisas Qualitativas em Educação. Cadernos de Pesquisas. Fundação Carlos Chagas. n. 77. São Paulo: Cortez, p.53-61, 1991.

Reflexões Finais

Nesta Unidade Curricular, denominada “Metodologia de Investigação I”, iniciamos o Módulo 1 com um questionamento sobre qual o nosso conhecimento prévio sobre Investigação Científica, e seguimos com o estudo de sua natureza e características. Já no Módulo 2, discutimos seus Paradigmas (Positivista, Humanista e Crítico) e, no Módulo 3, conhecemos seus principais métodos e como escolher e desenvolver um Problema de Investigação.

Ao longo das minhas pesquisas para cada um dos módulos, procurei desenvolver um mapa conceitual com a ferramenta MindMup 2.0 For Google Drive, infográficos a partir do site Canva, além de um breve resumo e adição de links de materiais relevantes que encontrei. Foi uma ótima experiência utilizar o WordPress para sistematizar nossos posts. Considerei uma ferramenta muito intuitiva e não tive dificuldades para utilizá-la.

Quanto à bibliografia indicada para nossa leitura, o material que mais utilizei foi o livro de autoria de Creswell (2007) Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. O formato do livro, estruturado principalmente em passo a passos e dicas práticas, foi fundamental para compreender os conteúdos, considerando sua complexidade e extensão. Inclusive foi com base neste livro que elaborei todos os infográficos dos meus posts.

Ao longo dos módulos, compreendi questões fundamentais para a elaboração de meu futuro projeto de pesquisa:

1 – Antes de iniciar uma investigação, é importante verificar se estamos partindo de um problema de investigação relevante e científico.

2 – Logo após, é preciso delimitar qual o nosso objetivo com este estudo e para qual público iremos contribuir.

3 – É preciso definir se será uma investigação pura ou aplicada, e qual a modalidade de Investigação: quantitativa, qualitativa, mista.

4 – A partir do Módulo sobre paradigmas, compreendi que na área de Educação, podemos utilizar principalmente o Positivista, o Humanista, e o Crítico.

5 – Refleti sobre como estudar questões educacionais sob o Paradigma Positivista. Em meu primeiro post, relatei uma situação em que fui questionada, na apresentação de um trabalho em congresso, sobre a “certeza” de que minhas dinâmicas com os alunos foram efetivas para melhorar a aprendizagem deles. A grande questão é que utilizei métodos qualitativos, e estamos muito acostumados com gráficos, estatísticas e tabelas como “comprovantes” de que algo é verdadeiro. Acredito que o Paradigma Positivista ainda é mais bem aceito que o Humanista.

6 – Não conhecia o Paradigma Crítico e me pareceu mais atual, por permitir uma certa liberdade para discutir temas controversos. Questionei-me se ele é bem aceito pela comunidade científica, ou sofre algum tipo de ressalva.

7 – Quanto aos métodos de coleta de dados na pesquisa qualitativa, conheci mais profundamente as técnicas de entrevista, questionário e observação. Dentre elas, apliquei somente o questionário e, ainda assim, com minhas leituras percebi a importância da validação das perguntas por profissionais da área para verificar se elas têm a possibilidade de nos informar exatamente o que precisamos saber, e da melhor forma possível.

Conheci também duas ferramentas que me auxiliarão na escrita da minha dissertação: o Mendeley, para compilar minhas pesquisas bibliográficas, e o ResearchGate, uma comunidade científica para encontrarmos investigadores próximos de nossas áreas de pesquisa e colaborarmos com eles, além de podermos visualizar anúncios de emprego que possam nos interessar.

Seguem os links dos meus perfis nas duas plataformas:

– Mendeley: https://www.mendeley.com/profiles/priscilla-ribeiro8/

– Research Gate: https://www.researchgate.net/profile/Priscilla_Ramos_Lara_Ribeiro

Para concluir, considero que confeccionar este blog foi uma experiência enriquecedora e, com certeza, consultarei o material produzido ao longo do curso de mestrado.

Investigação básica e investigação aplicada

Fleury & Werlang (2017) A pesquisa social básica, ou pesquisa cientifica, não trata apenas de resenhas bibliográficas ou elucubrações genéricas. Ela visa produzir conhecimento por meio de conceitos, tipologias, verificação de hipóteses e elaboração de teorias que possuam relevância na disciplina acadêmica ancoradas de determinadas escolas de pensamento. 

Os autores citam Thiollent que indica que a pesquisa aplicada concentra-se em torno dos problemas presentes nas atividades das instituições, organizações, grupos ou atores sociais. Ela está empenhada na elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções. Responde a uma demanda formulada por “clientes, atores sociais ou instituições”.

Para diferenciar a pesquisa científica e aplicada, argumentam ainda que elas não são mutuamente exclusivas, pois a ciência objetiva tanto o conhecimento em si mesmo quanto as contribuições práticas decorrentes desse conhecimento.

Referência bibliográfica:

FLEURY, Maria Tereza Leme; WERLANG, Sérgio. Pesquisa aplicada: conceitos e abordagens. GV Pesquisa, anuário de pesquisa 2016-2017. 2017. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/apgvpesquisa/article/viewFile/72796/6998.

Característica do conhecimento científico

França (1994) defende que conhecer é a atividade especificamente humana. Ultrapassa o mero “dar-se conta de”, e significa a apreensão, a interpretação. Conhecer supõe a presença de sujeitos; um objeto que suscita sua atenção compreensiva; o uso de instrumentos de apreensão; um trabalho de debruçar-se sobre. Como fruto desse trabalho, ao conhecer, cria-se uma representação do conhecido – que já não é mais o objeto, mas uma construção do sujeito. O conhecimento produz, assim, modelos de apreensão – que por sua vez vão instruir conhecimentos futuros.

Referência bibliográfica:

FRANÇA, Vera Regina Veiga. Teoria(s) da Comunicação: busca de identidade e de caminhos. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, BELO HORIZONTE, v.23, n.2, p.138-152, jul./dez. 1994.

Investigação científica, ciência e conhecimento científico

Theophilo (1988) argumenta que os diversos autores costumam classificar o conhecimento em popular, filosófico, religioso (teológico) e científico. O conhecimento científico diferencia-se dos demais, não pelo seu objeto de estudo, mas pela forma como é obtido. Conforme definição de Trujillo: ”A ciência é todo um conjunto de atitudes e de atividades racionais, dirigido ao sistemático conhecimento, com objetivo limitado e capaz de ser submetido à verificação.

Ogburn e Nimkoff. apud Lakatos (1995) indicam que a ciência é reconhecida por três critérios: a confiabilidade do seu corpo de conhecimentos, sua organização e seu método. Em função disso, as ciências sociais, por não possuírem as mesmas características das chamadas ciências naturais, como a química, a física e a biologia, são às vezes contestadas quanto à confiabilidade dos seus conhecimentos.

A mesma autora, Lakatos (1995) pondera, entretanto, que essa discussão perdeu intensidade e para tanto cita Caplow, o qual afirma: Mesmo que os resultados obtidos pelas Ciências Físicas sejam, geralmente, mais precisos ou dignos de crédito ao que os das Ciências Sociais, as exceções são numerosas (…) A Química é, muitas vezes, menos precisa do que a Economia.

Referências bibliográfica:

THEOPHILO, Carlos Renato. Algumas Reflexões sobre pesquisas empíricas em Contabilidade. Caderno de Estudos, São Paulo, FIPECAFI, v.10, n.19, p.9 – 15, setembro/dezembro 1998.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia cientifica 2, ed. São Paulo: Atlas, 1995, p.20.

Carta Ética para a Investigação em Educação e Formação do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

“A Carta Ética para a Investigação em Educação e Formação (CEIEF) do Instituto de Educação (IE) da Universidade de Lisboa apresenta o conjunto de objetivos, princípios e orientações de foro ético, a respeitar e a promover no âmbito das atividades de pesquisa e de supervisão realizadas pelos seus membros, docentes, investigadores e estudantes de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento.” Carta Etica da Comissão de Etica da UL

Vídeo sobre questões de ética na investigação em educação e formação Parte I Professor João Filipe de Matos

Vídeo sobre questões de ética na investigação em educação e formação Parte II    Professor João Filipe de Matos

Triangulação no Processo de Investigação

Atualmente a maioria dos processos de investigação utiliza uma combinação de metodologias.

 Segundo “Pacheco (1995, p.72) considera que a triangulação, entendida como “utilização de estratégias interdependentes que se destinam a recolher diferentes perspetivas dos sujeitos sobre o objeto de estudo ou a obter perspetivas do mesmo fenómeno” se configura  como um procedimento útil para conferir validade e credibilidade a todo o processo.

Com opinião semelhante, Coutinho (2008, p.9) que considera que a triangulação “consiste em combinar dois ou mais pontos de vista, fontes de dados, abordagens teóricas ou métodos de recolha de dados numa mesma pesquisa por forma a que possamos obter como resultado final um retrato mais fidedigno da realidade ou uma compreensão mais completa dos fenómenos a analisar”.

Segundo Stake (1999) existem diferentes estratégias de triangulação que contribuem para alcançar a confirmação necessária, para aumentar a credibilidade das interpretações que o investigador realiza. Baseando-se nos trabalhos desenvolvidos por Norman Denzin, Stake (1999, pp. 98-99) identifica quatro estratégias de triangulação:

Triangulação das fontes de dados – envolve a recolha de dados utilizando diferentes fontes;

Triangulação do investigador – requer a utilização de outros investigadores para observarem e descreverem o mesmo fenómeno. Os investidores recolhem os dados, independentemente uns dos outros, e procedem a comparação de resultados;

Triangulação da teoria – são utilizadas diferentes perspetivas para interpretar um fenómeno ou um mesmo conjunto de dados.

Triangulação metodológica – é a estratégia de triangulação mais reconhecida. Neste caso, os investigadores utilizam abordagens múltiplas, isto é, distintos métodos- observação, entrevista, análise de documentos- no âmbito de um estudo de caso, o que lhes permite realçar ou invalidar as interpretações realizadas.

Segundo outros investigadores, como, Gomes, Flores e Jimenez (1996, p.70) que acrescentam às quatro estratégias referidas uma quinta, que identificam como Triangulação Disciplinar, para identificarem um processo de triangulação onde se utilizam “distintas disciplinas para informar a investigação.” Morgado (2012, pp. 124,125)

“A lógica da triangulação é que cada método revela diferentes aspetos da realidade empírica e consequentemente devem utilizar-se diferentes métodos de observação da realidade.

Segundo Reichardt e Cook(1986) indicam as vantagens de combinar métodos, nomeadamente quando se trata de trabalhos de investigação com propósitos múltiplos, pois o facto de se utilizarem métodos diferentes podem permitir uma melhor compreensão dos fenómenos, do mesmo modo que a triangulação de técnicas pode conduzir a alcançar resultados mais seguros”. Ferreira e Carmo (2008, p. 202)

Referências Bibliográficas:

Carmo,H. e Ferreira,M.(2008). Metodologia da Investigação: guia para auto-aprendizagem. 2ª. edição. Lisboa: Universidade Aberta

Morgado,J. C. (2012).O estudo de caso na investigação em educação: Santo Tirso Portugal: De Facto Editores.

Problemas de Investigação

O primeiro passo de uma pesquisa, seja ela de abordagem quantitativa, qualitativa ou mista, é a determinação de um problema de investigação. Um problema surge quando temos questões sobre um certo assunto, ou uma necessidade é observada. O investigador, neste contexto, tem sua curiosidade e interesse despertados e precisa refletir, antes de mais nada, sobre a importância deste estudo e quais públicos serão beneficiados direta ou indiretamente.

Como formular um projeto de pesquisa?

Segundo Gil (2002) o problema precisa ser categorizado primeiramente como “científico” – como vimos anteriormente no post “Natureza e características da investigação científica”. Após, podemos seguir algumas regras práticas:

(a) o problema deve ser formulado como pergunta sobre o tema, provocando uma problematização;

(b) o problema precisa ser claro e preciso, com termos rigorosamente definidos;

(c) o problema deve ser empírico, estudado como fatos ou “coisas”, e não apresentar julgamentos morais ou de valores;

(d) o problema deve ser suscetível de solução;

(e) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável

Caso seja constatado que o problema precisa ser tratado de forma mais estruturada e é pertinente, o investigador pode dar início à investigação, partindo de uma revisão bibliográfica.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O objetivo da revisão bibliográfica é justificar a importância da investigação e criar distinções entre os estudos passados e o estudo proposto; este novo estudo precisa acrescentar algo à literatura ou ampliar ou retestar aquilo que outras pessoas já examinaram (Creswell, 2007). Para realizá-la de forma eficiente, o investigador pode selecionar palavras-chave e efetuar suas buscas em bases de dados, como o Google Scholar, ResearchGate, Pubmed, Scielo, dentre outros.

Logo após, caso sejam observadas deficiências ou lacunas na literatura existente, o investigador poderá propor alternativas para resolvê-las. Neste momento, o objetivo da investigação precisa ser delimitado, pois conduzirá toda a pesquisa.

Para concluir este tópico, considero importante o trecho abaixo, extraído do artigo de Nenty, (2009):

“A habilidade mais importante para uma revisão eficiente da literatura é a capacidade de ler rapidamente, compreender e resumir rapidamente o material e colocá-lo em uma forma que possa ser facilmente recuperada e usada no futuro. Durante uma revisão, as atividades de um pesquisador são citar, parafrasear, resumir e avaliar. Cada uma delas deve ser feita de maneira a proteger o direito do autor e evitar o plágio ”.

POSICIONAMENTO DO INVESTIGADOR

Igualmente importante é o posicionamento do investigador, ou seja, dentre os tópicos selecionados após a revisão da literatura e definição do objetivo, quais questões serão formuladas e quais aspectos serão estudados? As respostas a essas perguntas terão influencia direta das hipóteses que possui em relação ao tema.

Exemplificando: em uma pesquisa qualitativa, o investigador poderá propor uma questão geral, de forma a não limitar a pesquisa, e diversas subsequentes, ocultando seus objetivos; já em uma pesquisa quantitativa, poderá utilizar questões e hipóteses para moldar e focar especificamente o objetivo do estudo, considerando suas variáveis dependentes e independentes (Creswell, 2007).

O PAPEL DAS TEORIAS

Dependendo da abordagem escolhida para a investigação, as teorias podem estar presentes em diferentes momentos e servir a diferentes propósitos. Veremos a seguir as principais diferenças entre a teoria na pesquisa quantitativa e na qualitativa:

Quadro 1. Teoria nas abordagens quantitativa e qualitativa. Elaborado pela autora com base no artigo de Creswell (2007).

RESUMINDO…

Para sistematizar o que foi visto até aqui, consulte o Mapa Conceitual abaixo, elaborado sobre o tema (Clique sobre a imagem para ampliá-la).

Mapa Conceitual “Problemas de Investigação”.

REFERÊNCIAS

Creswell, J.W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Editora Atlas.

Nenty, H. J  (2009). Writing a Quantitative Research Thesis. Int J Edu Sci, 1(1): 19-32.